EUA propõem retomar diálogo militar com a China antes de reunião entre Xi e Biden

Pequim rompeu comunicações após visita de então presidente da Câmara americana a Taiwan em 2022

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Helene Cooper
Tóquio | The New York Times

O principal conselheiro militar do governo dos Estados Unidos informou nesta sexta-feira (10) à China que o país está aberto à retomada da comunicação bilateral entre as suas Forças Armadas, suspensa por Pequim no ano passado em protesto contra a visita a Taiwan da então presidente da Câmara, Nancy Pelosi.

Xi Jinping, líder da China, cumprimenta Joe Biden, presidente dos EUA, em paralelo à cúpula do G20 em Bali, na Indonésia - Kevin Lamarque - 14.nov.22/Reuters

A jornalistas, o general Charles Brown, chefe do Estado-Maior do Exército, disse que restabelecer o diálogo militar entre duas das maiores potências militares do mundo era um objetivo do governo Joe Biden, e que havia enviado uma carta ao seu homólogo chinês, o general Liu Zhenli, para expressar esse desejo.

"Vamos ver como isso evolui", afirmou Brown, acrescentando estar esperançoso.

A carta foi enviada antes de um provável encontro entre Biden e o líder da China, Xi Jinping, à margem da cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), na semana que vem. Autoridades americanas esperam que os dois dirigentes anunciem a retomada do diálogo militar durante o evento.

Brown, que viaja pela Ásia nesta semana, afirmou que a reabertura do canal de comunicação era importante para evitar mal-entendidos com potencial de gerar crises. "Assegurar que não haja cálculos equivocados nesse diálogo é, para mim, de extrema importância", disse ele.

Um relatório publicado pelo Pentágono no mês passado afirmava que a China continua a fortalecer seu arsenal nuclear estratégico. Segundo o texto, ela possivelmente acumulou até maio 500 ogivas nucleares, um aumento de cerca de cem artefatos em relação à estimativa do ano passado.

O documento acusa as Forças Armadas de Pequim de adotar ações cada vez mais perigosas para deter os EUA na região Ásia-Pacífico. Isso incluiria o que o Comando Indo-Pacífico americano chamou de manobras "coercitivas e arriscadas" do gigante asiático nos céus sobre o mar do Sul da China, destinadas a intimidar aeronaves militares dos EUA.

As Forças Armadas chinesas atualmente passam por uma reestruturação política. O ministro da Defesa, general Li Shangfu, foi demitido no mês passado, na mais recente purga nos escalões de segurança nacional de Pequim. Analistas militares especulam que o homólogo de Brown, Liu, poderia se tornar o próximo ministro da Defesa do país.

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