EUA dizem ter derrubado drone e míssil de houthis no mar Vermelho

Rebeldes do Iêmen bancados pelo Irã vêm atacando repetidamente navios na região em meio à guerra Israel-Hamas

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AFP

Um navio de guerra dos Estados Unidos derrubou no mar Vermelho nesta quinta-feira (28) um drone e um míssil balístico disparados por rebeldes houthis do Iêmen, anunciou o Exército americano.

Os houthis —apoiados pelo Irã, assim como o grupo terrorista palestino Hamas— vêm atacando repetidamente navios na rota marítima vital do mar Vermelho em apoio a seus aliados em Gaza, que Israel busca eliminar.

Destróier de mísseis guiados USS Mason da Marinha dos Estados Unidos - Bill Mesta - 17.jul.2021/Marinha dos EUA/Reuters

"O USS Mason [DDG 87] derrubou no sul do Mar Vermelho um drone e um míssil balístico lançados pelos houthis", informou o Centcom (Comando Central dos Estados Unidos). "Não houve danos a nenhum dos 18 navios na área, e não houve relatos de feridos."

Segundo o Comando Central, essa foi a 22ª tentativa de ataque à navegação internacional pelos houthis desde meados de outubro. Os ataques ameaçam uma rota pela qual passa até 12% do comércio mundial, o que levou Washington a criar uma força naval multinacional para proteger a navegação no mar Vermelho.

Os houthis dizem que atacam Israel e os navios ligados àquele país para pressionar pelo fim da ofensiva na Faixa de Gaza, o que não é verdade, na prática, dados os episódios envolvendo embarcações de países sem relação com o conflito.

Em apoio a Israel, os EUA deslocaram para as águas próximas ao país não só navios que já circulavam na região como também dois grupos de porta-aviões. Seu objetivo com isso era dissuadir o Irã e seus aliados de agir contra o Estado judeu na guerra.

Um dos grupos de porta-aviões está no Mediterrâneo e o outro, circulando entre o golfo Pérsico e o mar Arábico, com destróieres de sua formação em ação no mar Vermelho.

Há um motivo extra para a força-tarefa multinacional dos EUA. A maior base do país no Oriente Médio fica em Djibuti, pequeno país africano cuja costa tem em um ponto apenas 26 km de distância do Iêmen. Isso torna a instalação, Camp Lammonier, particularmente vulnerável a ataques houthis.

Os rebeldes já mostraram eficácia em lançar mísseis de cruzeiro e drones contra Eilat, o sul israelense, um alvo a 1.500 km de distância. Não causaram danos porque havia navios de guerra ocidentais abatendo os projéteis no caminho e a formidável defesa antiaérea de Israel esperando os ataques.

Mas poderiam causar bastante estrago em Dijbuti, e de quebra fazer o governo local repensar sua política de abrigar bases estrangeiras —caso também da primeira instalação militar que a China estabeleceu no exterior, não muito distante da americana.

Além disso, Camp Lammonier é o maior centro de drones americanos na região, instrumento vital para os interesses de Washington. Este, ao lado da vontade de evitar uma escalada maior com o Irã, são os motivos centrais para que os EUA não bombardeiem diretamente bases houthis, como seria a praxe.

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