Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Israel ordena que moradores saiam de parte da principal cidade do sul de Gaza

Khan Yunis está lotada de deslocados internos; região é alvo de bombardeios israelenses

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Jerusalém | AFP

Israel ordenou nesta quinta-feira (21) que os moradores abandonem parte da principal cidade do sul da Faixa de Gaza, já lotada de deslocados no conflito iniciado em outubro. A área representa quase 20% de Khan Yunis, segundo o Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

A região tinha 111 mil habitantes antes do início dos combates, em 7 de outubro, e agora inclui 32 abrigos com mais de 141 mil deslocados internos, a maioria pessoas que precisaram abandonar o norte de Gaza após ordens semelhantes de retirada de civis. Na segunda (18), o Exército israelense havia anunciado a intensificação das operações em Khan Yunis.

Pessoas se emocionam junto a corpos de palestinos mortos por Israel em Khan Younis - Bassam Masoud - 20.dez.23 /Reuters

Segundo o Hamas, ataques israelenses contra casas e mesquitas mataram pelo menos 12 pessoas ao leste de Khan Yunis em 24 horas. As acusações não puderam ser verificadas de forma independente.

A Faixa de Gaza está sem energia elétrica devido ao "bloqueio total" imposto por Israel ainda no começo do conflito. Muitos moradores contam apenas com rádios que funcionam com pilhas e com informações que circulam de boca a boca entre a população para obter novidades.

Na cidade de Rafah, também ao sul e próxima da fronteira com o Egito, os moradores depositam esperanças nas negociações para uma trégua. "Desejo um cessar-fogo completo, o fim das mortes e do sofrimento. São mais de 75 dias [de guerra]", disse Kassem Shurrab, 25.

A possibilidade de uma trégua entre Israel e Hamas e da libertação de reféns aumentou esta semana com a visita do líder do movimento islamita, Ismail Haniyeh, ao Egito e com negociações na Europa.

Haniyeh, que mora no Qatar, chegou nesta quarta-feira (20) ao Cairo para uma reunião com o diretor da inteligência egípcia, Abas Kamel.

Um informante do Hamas afirmou à agência de notícias AFP que "o cessar-fogo total e a retirada do Exército de ocupação israelense são condições para qualquer negociação séria de troca de reféns por prisioneiros".

Mas o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, insistiu que não haverá cessar-fogo antes da "eliminação total" do Hamas. Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu na quarta que não havia expectativas na questão de troca de prisioneiros.

David Barnea, chefe do serviço de inteligência israelense, o Mossad, afirmou que teve uma reunião positiva esta semana em Varsóvia com o diretor da CIA, Bill Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani.

O país do Oriente Médio, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, atuou como o mediador da trégua de uma semana no fim de novembro que permitiu a libertação de mais de 100 reféns, dos quais 81 eram israelenses, em troca de 240 prisioneiros palestinos.

De acordo com o Hamas, as operações militares israelenses já deixaram mais de 20 mil mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra, incluindo cerca de 8.000 menores de idade e 6.200 mulheres.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, chamou o número de "trágico e vergonhoso".

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