Morre Nawaf al-Ahmad al-Sabah, líder do Kuwait, três anos após assumir o poder

Príncipe Meshal al-Ahmad al-Sabah, que já governa o país na prática desde 2021, fica em seu lugar

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Kuwait | Reuters

O emir do Kuwait, Nawaf al-Ahmad al-Sabah, morreu neste sábado (16), aos 86 anos, pouco mais de três anos após assumir o poder no país, um importante produtor de petróleo e aliado regional dos Estados Unidos no golfo Pérsico.

A causa da morte não foi divulgada. O emir foi internado no final do mês passado devido a uma emergência médica, mas estava em situação estável na ocasião, segundo a agência de notícias estatal.

Homem vestido de branco com a cabeça coberta por um pano branco olha para a foto
Nawaf al-Sabah durante uma sessão no parlamento na Cidade do Kuwait em julho - Yasser Al-Zayat/AFP

O príncipe herdeiro Meshal al-Ahmad al-Sabah, 83, assume seu lugar. Ele governa o Kuwait na prática desde 2021, quando Nawaf nomeou Meshal como seu sucessor.

Nawaf era visto por diplomatas como um construtor de consenso, embora seu governo tenha sido marcado por rivalidades entre o governo e o parlamento. Nawaf tornou-se emir em setembro de 2020, após a morte de seu irmão, Sabah al-Ahmad, importante político que governou por mais de uma década e moldou a política externa do Estado por mais de 50 anos.

A família al-Sabah comanda o Kuwait desde o século 18. Quarto filho do emir à época, Sabah al-Ahmad nasceu em 1929 e passou a atuar no governo aos 25 anos. A partir de 1963, tornou-se ministro das Relações Exteriores, cargo que exerceu até 2003, quando se tornou primeiro-ministro.

Ao longo da carreira, Sabah al-Ahmad buscou aproximar o país de seus vizinhos. Criou laços fortes com a Arábia Saudita e retomou as relações com o Iraque, que invadiu o Kuwait em 1991 e gerou a Guerra do Golfo. Naquela ocasião, o país foi libertado por uma ação militar dos EUA. Ele também buscou diálogo com o Irã, rival dos sauditas, e mediou tensões entre os países da região e o Qatar.

Em 2011 e 2013, na época da Primavera Árabe, houve protestos contra o governo no Kuwait. Na repressão, pessoas foram presas por criticar o emir.

O Kuwait, detentor da sétima maior reserva de petróleo do mundo, faz fronteira com a Arábia Saudita e o Iraque no golfo Pérsico. O país tem uma área de 17,8 mil km², pouco menor do que o estado de Sergipe.

De acordo com a Constituição do Kuwait, o príncipe herdeiro automaticamente se torna emir, mas assume o poder somente após prestar juramento no Parlamento. O novo emir tem até um ano para nomear um herdeiro.

Antes de delegar o poder ao seu herdeiro, Nawaf buscou uma trégua na cena política doméstica, inclusive emitindo anistia para dissidentes. Mas o impasse persistiu, e, por isso, Meshal dissolveu o Parlamento e antecipou as eleições.

O Kuwait proíbe partidos, mas ainda é um dos Estados mais politicamente liberais da região, com uma Assembleia Legislativa que inclui sunitas, xiitas e liberais.

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