Avião com falha em motor solta bolas de fogo ao sobrevoar Miami; veja vídeo

Aeronave fez pouso de emergência pouco depois de decolar; inspeção revelou buraco em um dos propulsores

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Derrick Bryson Taylor
The New York Times

Um avião sobrevoou a cidade de Miami, nos Estados Unidos, disparando chamas nesta quinta-feira (18). Segundo a agência federal de aviação americana disse na sexta (19), o avião de carga rumava para Porto Rico e fez um pouso de emergência logo após decolar em razão da falha de um motor.

O episódio representa mais uma polêmica em potencial para a Boeing, sob escrutínio público nas últimas semanas em função de preocupações com seus processos de controle de qualidade.

Em um relatório inicial sobre o incidente, a agência americana afirmou que uma inspeção revelou "um buraco do tamanho de uma bola de softbol [cerca de 30 cm de circunferência]" no segundo motor e anunciou que aprofundaria sua investigação sobre o tema.

Em comunicado, a Atlas Air informou que a tripulação seguiu os padrões recomendados de procedimento, o que permitiu o retorno da aeronave ao aeroporto de que pertiu de forma segura. "Na Atlas, a segurança é sempre nossa principal prioridade e faremos uma inspeção minuciosa para determinar a causa [do problema]", disse a companhia aérea.

Dados coletados pelo FlightAware, que rastreia informações de voo, mostraram que a aeronave, um Boeing 747-8, iniciou o processo de decolagem às 22h11 da última quinta-feira (18). Ela retornou ao aeroporto por volta das 22h30. Não há informações sobre o tipo de carga que o avião transportava.

John W. Dietrich, presidente e CEO da Atlas Air Worldwide, e Dave Calhoun, CEO da Boeing, conversam no palco em meio ao evento de entrega do último jato 747 - David Ryder - 31.jan.23/Reuters

Fundada em 1992 e com sede em Nova York, a Atlas Air diz em seu site operar a maior frota de aeronaves de carga Boeing 747 do mundo. A empresa também oferece uma seleção de aviões, incluindo Boeings 777 e 737, para transporte de carga e de passageiros.

Os problemas da Boeing começaram no final de dezembro, quando ela pediu às companhias aéreas que inspecionassem todos os aviões 737 Max em busca de um possível parafuso solto em seus sistemas de controle do leme, depois que uma companhia aérea descobriu, numa manutenção de rotina, que o parafuso de uma de suas aeronaves não tinha uma porca.

A crise se intensificou em janeiro, depois que um painel de uma janela de avião da Alaska Airlines modelo Boeing 737 Max 9 se rompeu, obrigando o veículo a fazer um pouso de emergência em Portland, no estado do Oregon. A agência federal de aviação dos EUA então suspendeu temporariamente 171 aviões Max 9 até que fossem minuciosamente inspecionados, causando centenas de cancelamentos de voos e dores de cabeça para os viajantes.

Na última quarta-feira (17), autoridades disseram que uma rodada inicial de inspeções em 40 aviões Boeing 737 Max 9 havia sido concluída. Mesmo assim, essas e outras aeronaves permaneceriam em solo até que a agência aprovasse as instruções para as próprias companhias aéreas inspecionarem os aviões.

Em meio às dificuldades da Boeing, a Airbus, sua rival de longa data, avançou, anunciando neste mês que havia entregado mais aeronaves e garantido mais pedidos do que a Boeing em 2023.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.