Descrição de chapéu Folhajus Governo Lula

CGU diz que índice de percepção da corrupção deve ser visto com cautela

Relatório divulgado pela ONG Transparência Internacional mostrou que Brasil caiu dez posições em ranking

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São Paulo

Após a divulgação do ranking IPC (Índice de Percepção da Corrupção) de 2023, no qual o Brasil caiu dez posições e ficou em 104º lugar entre 180 países, a CGU (Controladoria-Geral da União) afirmou em nota publicada nesta terça-feira (30) que os resultados de levantamentos do tipo devem ser vistos com cautela.

Segundo a CGU, estudos internacionais discutem as limitações metodológicas de índices baseados em percepção. "Diversos organismos internacionais —entre eles ONU, G20 e OCDE— têm discutido a elaboração de novas medidas sobre o tema. A corrupção é um fenômeno complexo e nenhum indicador consegue medir todos os seus aspectos", diz trecho do comunicado.

Agentes da Polícia Federal durante operação em Brasília contra desvio de verbas
Agentes da Polícia Federal durante operação em Brasília contra desvio de verbas - Pedro Ladeira - 1º.jun.23/Folhapress

O órgão afirma que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem restabelecendo a estrutura dos conselhos de políticas públicas para a prevenção e o controle da corrupção e destaca que o IPC reconheceu avanços nos âmbitos do controle social, da transparência e do acesso à informação.

A CGU diz trabalhar para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado. "Também estamos fortalecendo a integridade dos órgãos federais e colaborando para a implementação de programas de integridade pública, fomentando a adoção de mecanismos de prevenção à corrupção por empresas e aprimorando mecanismos de detecção e sanção de corrupção."

O IPC de 2023 foi divulgado nesta terça pela ONG Transparência Internacional. Enquanto a média mundial ficou estagnada em 43 pontos pelo 12º ano consecutivo —o índice vai de 0, que caracteriza o cenário mais corrupto, a 100, para o mais íntegro—, a pontuação brasileira caiu de 38 para 36 pontos no primeiro ano do terceiro mandato de Lula.

Segundo o relatório, a responsabilidade pelo desmonte de marcos institucionais contra a corrupção que levaram décadas para ser erguidos é da gestão de Jair Bolsonaro (2019-2022). Ao mesmo tempo, porém, o governo Lula estaria falhando na reconstrução de mecanismos similares.

Os fatores negativos que contribuem para o resultado envolvem Executivo, Legislativo e Judiciário. O relatório lista entre os pontos negativos do governo Lula 3 a indicação de Cristiano Zanin, amigo pessoal do presidente, ao STF (Supremo Tribunal Federal); a manutenção, ainda que com uso limitado, das chamadas emendas do relator; e o aumento do fundo eleitoral para as eleições de 2024.

Embora o Brasil tenha caído posições no ranking, o relatório também menciona eventos que facilitaram o combate à corrupção ocorridos no Brasil no ano passado. São exemplos as indicações para postos-chaves na Polícia Federal baseados em competências técnicas e a aprovação da reforma tributária, cuja simplificação pode dificultar práticas corruptas.

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