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Chefe da polícia do Peru é demitido após caso de puxão de cabelo em presidente

Duas mulheres agrediram Dina Boluarte no último sábado em evento em Ayacucho, onde atos em 2022 deixaram dez mortos

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Lima | AFP

O governo do Peru demitiu nesta segunda-feira (22) o chefe da Polícia Nacional, Jorge Angulo, após duas mulheres agredirem a presidente do país, Dina Boluarte, durante evento oficial na região andina de Ayacucho, no sábado (20).

"A evidência de negligências muito graves no controle e comando da instituição policial foi constatada, as quais constituiriam incompatibilidade e falta de idoneidade para o exercício do cargo", diz decreto assinado por Boluarte. O substituto de Angulo será o general Víctor Zanabria.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, durante evento no distrito de Chiara, na região de Ayacucho, ocasião em que foi atacada por duas mulheres
A presidente do Peru, Dina Boluarte, durante evento no distrito de Chiara, na região de Ayacucho, ocasião em que foi atacada por duas mulheres - Luis Iparraquirre - 20.jan.2024/Presidência da Peru/AFP

A agressão à presidente ocorreu enquanto ela participava da inauguração da pavimentação de uma estrada no distrito de Chiara, na região de Ayacucho, a cerca de 570 km a sudeste de Lima.

Foi a primeira visita de Boluarte à região após protestos de 2022 que deixaram dezenas de mortos em todo o país, 20 deles supostamente pelas forças se segurança, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Em Ayacucho, foram relatadas dez mortes durante esses atos, que tomaram as ruas contra a destituição do então presidente Pedro Castillo por tentativa fracassada de dissolver o Congresso.

O Ministério Público do país pediu neste mês 34 anos de prisão para Castillo, sob a acusação de crimes de rebelião, abuso de autoridade e perturbação da tranquilidade pública. Desde então, ele segue em prisão preventiva que vai até dezembro.

A então vice-presidente Boluarte assumiu o cargo, o que gerou uma onda de protestos violentamente reprimidos pelas forças de segurança.

No ataque de sábado, a presidente estava com o governador regional de Ayacucho, Wilfredo Oscorima, jogando doces para a população quando duas mulheres entraram furtivamente no local. Uma delas se aproximou de Boluarte e puxou seus cabelos, de acordo com imagens de televisão.

Policiais e agentes de segurança do Estado precisaram intervir, e uma das mulheres, identificada como Ruth Bárcena, foi detida. Ela acusou Boluarte de ser a responsável pela morte de seu marido, Leonardo Ancco, um dos falecidos nos protestos de Ayacucho em 15 de dezembro de 2022. "Mataram meu marido, vou ficar tranquila?", disse Bárcena.

Na ocasião do ataque do fim de semana, o ministro do Interior, Víctor Torres, anunciou que seriam tomadas medidas disciplinares drásticas contra os responsáveis pela segurança da presidente.

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