Brasil volta a subir em ranking da felicidade após 9 anos; Finlândia lidera pela 7ª vez consecutiva

Afeganistão, que enfrenta uma catástrofe humanitária desde o retorno do Talibã, em 2021, continua em último lugar

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São Paulo

O Brasil voltou a subir no ranking da felicidade do WHR (World Happiness Report), iniciativa da ONU que avalia cerca de 140 nações, após nove anos de queda ou manutenção da posição. A análise sempre considera o triênio anterior —no caso deste ano, o período entre 2021 e 2023.

A última vez que o país havia subido no ranking havia sido em 2015, quando chegou à 16ª posição, a melhor desde quando o relatório começou a ser publicado, em 2012. Atualmente o Brasil ocupa a 44ª colocação, cinco acima da registrada em 2023, quando chegou ao 49º lugar, o mais baixo até hoje.

Desfile de bloco da banda BaianaSystem em pós-carnaval de São Paulo, nos arredores do Parque do Ibirapuera - Adriano Vizoni - 25.fev.2023/Folhapress

Segundo o documento, divulgado nesta quarta-feira (20), a Finlândia é o país mais feliz do mundo pela sétima vez consecutiva, ao lado de vizinhos nórdicos que também ocupam os primeiros lugares, como Dinamarca, Islândia e Suécia. O Afeganistão, que enfrenta uma crise humanitária desde o retorno do Talibã em 2021, continua no último lugar da lista, logo abaixo de Serra Leoa, Lesoto e Líbano.

O relatório mundial, uma medição da felicidade divulgada anualmente pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, baseia-se na avaliação que as pessoas fazem da própria felicidade e em dados econômicos e sociais. O documento leva em conta seis fatores-chave: apoio social, renda, saúde, liberdade, generosidade e ausência de corrupção.

Na maioria das regiões, o relatório destaca um sentimento de felicidade mais forte entre as novas gerações do que entre as pessoas mais velhas. O índice, no entanto, retrocedeu drasticamente entre os menores de 30 anos na América do Norte, na Austrália e na Nova Zelândia, e é inferior ao das pessoas mais velhas nessas regiões.

Os maiores retrocessos no índice de felicidade dos últimos anos foram os de Afeganistão, Líbano e Jordânia, enquanto Sérvia, Bulgária e Letônia registraram fortes avanços.

Finlândia, Dinamarca e Islândia seguem no topo da lista

  • 1. Finlândia

  • 2. Dinamarca

  • 3. Islândia

  • 4. Suécia

  • 5. Israel

  • 6. Holanda

  • 7. Noruega

  • 8. Luxemburgo

  • 9. Suíça

  • 10. Austrália

Os países que estão em guerra ou conflitos internos também tiveram variações notáveis. A Ucrânia caiu sete posições em relação ao relatório divulgado em 2022, quando foi invadida pela Rússia, e hoje ocupa o 105º lugar. O Equador, que está em conflito armado interno desde o início do ano, caiu 16 colocações desde 2020, quando a crise de segurança que o país sul-americano vive começou a piorar. Não há dados sobre o Sudão, à beira de uma guerra civil desde o ano passado. Israel caiu da quarta para a quinta posição, mas os dados não contemplam o período da guerra com o Hamas, que já dura quase seis meses.

Outra descoberta do relatório é que, pela primeira vez em mais de dez anos, Estados Unidos e Alemanha não aparecem entre os 20 países mais felizes e ocupam, respectivamente, as posições 23 e 24. Já Costa Rica e Kuwait entraram no top 20, ocupando as colocações 12 e 13.

Afeganistão, sob poder do Talibã desde 2021, continua em última lugar

  • 134. Zâmbia

  • 135. Essuatíni

  • 136. Maláui

  • 137. Botsuana

  • 138. Zimbábue

  • 139. Congo

  • 140. Serra Leoa

  • 141. Lesoto

  • 142. Líbano

  • 143. Afeganistão

Nenhum dos países mais populosos do mundo aparece no topo do ranking. "Entre os dez primeiros, apenas Holanda e Austrália têm mais de 15 milhões de habitantes", destaca o relatório. "Entre os 20 primeiros, apenas o Canadá e o Reino Unido têm mais de 30 milhões de habitantes."

A proximidade com a natureza e o bom equilíbrio entre o trabalho e a vida privada são a chave para a satisfação dos finlandeses, disse à agência de notícias AFP Jennifer De Paola, pesquisadora da Universidade de Helsinque especializada nessa temática.

Os finlandeses talvez tenham "uma compreensão mais acessível do que é uma vida bem-sucedida", diz ela, em comparação com os EUA, por exemplo, onde o sucesso está mais relacionado aos ganhos financeiros. A confiança nas instituições, os baixos índices de corrupção e o acesso gratuito a saúde e educação também são primordiais.

Com AFP

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