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Chefe da diplomacia dos EUA participa de reunião de emergência sobre crise no Haiti

Antony Blinken esteve em encontro na Jamaica e anunciou US$ 130 milhões para missão internacional em Porto Príncipe

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Kingston (Jamaica) | Reuters

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira (11) que espera avançar na crise de segurança e humanitária que assola o Haiti, em meio a reunião de emergência convocada pela Comunidade do Caribe (Caricom), em Kingston, na Jamaica.

Blinken afirmou que o momento é "crucial" para o Haiti, onde o aprofundamento da violência de gangues e grupos armados ameaça derrubar o governo do impopular primeiro-ministro, Ariel Henry, que não consegue voltar ao país desde que saiu em viagem e a crise recrudesceu.

Blinken disse durante o encontro que Washington contribuiria com mais US$ 100 milhões para a missão multinacional destinada a restaurar a segurança no Haiti e aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, e mais US$ 33 milhões em ajuda humanitária ao Haiti.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, durante reunião com o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, em Kingston
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, durante reunião com o primeiro-ministro da Jamaica, Andrew Holness, em Kingston - Andrew Caballero-Reynolds - 11.mar.2024/Pool/AFP

O compromisso eleva a contribuição proposta dos EUA para a missão para US$ 300 milhões, embora não esteja claro quanto tempo levará para que esse financiamento seja aprovado e de fato transferido.

Até esta segunda, menos de US$ 11 milhões haviam sido depositados no fundo dedicado ao tema da ONU, afirmou um porta-voz da organização, sem novas adições desde que o Haiti declarou estado de emergência no último dia 3 devido à crescente violência de gangues que buscam derrubar o governo.

"Todos sabemos que ação urgente é necessária tanto nas esferas política quanto de segurança", disse Blinken durante a visita à Jamaica, acrescentando que o Haiti enfrenta uma "situação insustentável".

O Departamento de Estado americano afirmou em comunicado antes da reunião que Blinken iria "discutir uma proposta desenvolvida pela Caricom e partes interessadas haitianas para acelerar uma transição política no Haiti por meio da criação de um colégio presidencial amplo e independente", em referência a um comitê proposto que supervisionaria o Haiti antes das eleições.

A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, afirmou em entrevista coletiva que essas partes interessadas haitianas, sem detalhar quem seriam, concordaram em grande parte que um conselho presidencial deveria ser instalado com urgência para apontar um primeiro-ministro, que, junto com o conselho, estabeleceria um governo.

Um conselho eleitoral provisório também deve ser criado, excluindo aqueles que estariam envolvidos em futuras eleições, acrescentou Mottley.

O comunicado não identificou quem eram as partes interessadas haitianas e não detalhou a proposta.

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse que Washington busca acelerar o envio da missão, solicitada pelo primeiro-ministro do Haiti em 2022 e que hoje enfrenta impasse político no Quênia —que irá liderar a força— e pouco apoio internacional para que seja operacionalizada.

A ONU estima que centenas de milhares foram deslocados e milhares mortos no Haiti em meio à grave crise de segurança, com relatos generalizados de estupro, tortura e sequestros desde 2021.

Confrontos levaram a duas fugas de prisão depois que Jimmy "Barbecue" Cherizier, líder de uma aliança de grupos armados, disse que as gangues se uniriam para derrubar Henry.

O premiê não foi eleito, e chegou ao poder em 2021 após o assassinato do então presidente Jovenel Moïse. Nesta segunda, ele se encontra em Porto Rico, território americano no Caribe. Washington pressionou Henry na semana passada para que uma transição de governo fosse acelerada.

No domingo, as forças armadas dos EUA retiraram funcionários não essenciais e reforçaram a segurança na embaixada do país em Porto Príncipe.

Uma autoridade sênior do Departamento de Estado afirma que funcionários do governo americano têm trabalhado com países da região para estabelecer um comitê de transição que seria responsável por supervisionar a força multinacional aprovada pela ONU e abriria caminho para as primeiras eleições desde 2016 no Haiti.

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