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EUA são hipócritas sobre liberdade de expressão e fabricam mentiras, diz China

Pequim publica relatório em que critica perseguição ao TikTok e interferência americana via imprensa e redes sociais

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Boa Vista

A China publicou um relatório nesta quinta-feira (14) em que critica a interferência dos Estados Unidos e chama de hipocrisia a forma como Washington trata a liberdade de expressão dentro e fora do país.

O texto foi tornado público no mesmo dia em que a agência Reuters publicou reportagem sobre a aprovação de operação de difamação da CIA (agência de inteligência americana) na China durante o governo de Donald Trump.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em entrevista coletiva em visita à Espanha, em fevereiro
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, em entrevista coletiva em visita à Espanha, em fevereiro - Cristina Quicler - 18.fev.2024/AFP

Washington também produz relatórios sobre censura, manipulação da mídia e interferência externa na China com acusações semelhantes. Em setembro passado, por exemplo, o Departamento de Estado americano publicou texto em que alerta para ameaças à liberdade de expressão global de ações de Pequim de coleta de dados e compra de veículos de notícias.

Na última terça (13), a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um projeto de lei que proíbe no país o TikTok —a chinesa ByteDance é a dona do aplicativo que tem mais de 150 milhões de usuários só nos EUA. O relatório critica o que chama de perseguição à plataforma.

"A perseguição [ao TikTok] cria um preocupante precedente ao causar danos à liberdade de mais de 150 milhões de usuários americanos do TikTok. O governo dos EUA ignora pedidos [contrários] e está determinado a reprimir a plataforma", diz o texto.

O relatório foi publicado no site do Ministério de Relações Exteriores chinês e é dividido em tópicos e em três partes. Na primeira delas, Pequim afirma que a liberdade de expressão nos EUA "não faz jus ao nome" e é hoje "mais uma bola chutada por aí pelos partidos do que um direito na mão das pessoas".

A chancelaria lista pesquisas e relatórios publicados por fundações e veículos americanos como o Knight Center e o jornal The New York Times para dizer que a liberdade de expressão tem se deteriorado nos EUA e passado por restrições e constrangimentos.

Pequim destaca ainda que os EUA estão "inundados" com informação falsa usada para manipular a opinião pública e interferir na liberdade de expressão. Para chegar a esse ponto, critica tanto a perseguição a jornalistas e à imprensa como o uso de veículos de mídia para disseminação dessas informações que chama de falsas.

Um dos episódios remete ao mandato de Trump, quando o correspondente da CNN na Casa Branca, Jim Acosta, teve as credenciais revogadas após fazer perguntas que desagradaram o então presidente e discutir com ele durante entrevista coletiva.

Por outro lado, o relatório diz que a mídia americana tem "interpretação imparcial de eventos" e promove uma cobertura "maliciosa" de notícias relacionadas à China. O texto compara a invasão do Capitólio em janeiro de 2021 por apoiadores de Trump com "a violência nas ruas de Hong Kong", que teria sido, segundo Pequim, "glorificada como uma busca por liberdade e democracia" pela imprensa dos EUA.

A China também afirma no relatório que Washington usa as redes sociais para lançar "guerra psicológica junto com operações militares em outros países".

Os EUA "usam a liberdade de expressão com 'dois pesos, duas medidas', cria cortinas de fumaça e alega que outros países espalham 'informação falsa' enquanto publicam informações distorcidas para desviar a atenção da comunidade internacional dos delitos dos EUA", diz o relatório.

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