Mauro Vieira diz na Cisjordânia que Brasil trabalhará por admissão da Palestina na ONU

Chanceler volta a criticar Israel e a comunidade internacional por ações insuficientes em relação à crise humanitária em Gaza

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Brasília

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, faz uma série de agendas neste domingo (17) na Cisjordânia, e criticou em um discurso "Israel e a comunidade internacional pela clara insuficiência da ajuda humanitária" desde o início do conflito em Gaza.

Segundo o Itamaraty, Vieira se reuniu com o ex-primeiro-ministro palestino Mohammed Shtayyeh e discutiu estratégias conjuntas para tornar a Palestina membro pleno da ONU.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira - Mohammed Torokman - 17.mar.2024/Reuters

Ele também se encontrou, por 20 minutos, com o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. O Itamaraty informou que ambos "trataram do atual momento do conflito israelo-palestino e da grave crise humanitária em Gaza".

"Abbas agradeceu pelo histórico empenho e amizade do presidente Lula com a Palestina e pela coragem ao assumir o papel de referência global em defesa dos palestinos na atual crise", diz nota da pasta.

Como mostrou a coluna de Mônica Bergamo, a viagem do ministro também tem o objetivo de ressaltar o posicionamento do governo brasileiro pela solução de dois Estados, o que pressupõe a criação do Estado da Palestina.

Amã, na Jordânia, Beirute, no Líbano, e Riad, na Arábia Saudita, serão os outros lugares visitados por Vieira, que terá encontros com seus homólogos em cada um dos locais.A viagem serve também para que sejam discutidas parcerias de cooperação técnica, de comércio e investimentos entre o Brasil e os países.

Na última quinta-feira (14), em audiência no Senado, Mauro Vieira falou longamente sobre a posição do Brasil em relação à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Ele destacou que o Brasil condenou os ataques realizados pelo grupo terrorista em outubro do ano passado, mas criticou duramente a resposta israelense. Até este domingo, mais de 31,6 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

"É preciso condenar e repudiar a atrocidade do ataque terrorista sofrido por Israel no dia 7 de outubro. Sim, Israel tem o direito de defender sua população, mas isso tem de ser feito dentro de regras do direito internacional. A cada dia que passa, no entanto, resta claro que a reação de Israel ao ataque sofrido tem sido extremamente desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelo ataque, mas todo o povo palestino", disse Vieira.

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