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Venezuela fecha espaço aéreo para voos da Argentina em novo capítulo de crise diplomática

Imbróglio foi motivado por entrega de aeronave venezuelana aos EUA por parte dos argentinos

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Caracas | AFP

A Venezuela fechou nesta terça-feira (12) seu espaço aéreo para aeronaves que tenham como origem ou destino a Argentina. A decisão representa um novo ponto de desgaste para as relações entre os dois países, fragilizadas desde a eleição do ultraliberal Javier Milei à Presidência argentina.

O avião de carga Boeing 747 pertencente à companhia aérea da Venezuela Emtrasur no Aeroporto Internacional de Cordóba, na Argentina, antes de decolar para a capital, Buenos Aires - Sebastian Borsero - 6.jun.22/AFP

Apesar de ocorrer só agora, a restrição dos voos é uma resposta de Caracas a uma ação que Buenos Aires empreendeu um mês antes, em 12 de fevereiro.

Na ocasião, a Argentina entregou aos Estados Unidos um avião venezuelano que havia retido meses antes e era alvo de sanções por parte de Washington. O trâmite motivou, é claro, protestos da ditadura de Nicolás Maduro, que chamou o confisco de "roubo".

A aeronave em questão, um Boeing 747 de carga, pertencia à Emtrasur —filial da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa— e havia sido vendida para a ditadura por uma empresa do Irã, a Mahan Air. Os EUA acusam a Mahan Air de financiar a Força Quds, elite da Guarda Revolucionária do Irã que eles consideram terrorista.

A aeronave trazia um carregamento de peças automotivas do México quando foi retida em Buenos Aires, por uma ordem judicial, em junho de 2022. A tripulação, composta por 19 pessoas, 14 venezuelanos e 5 iranianos, foi a princípio detida, mas liberada posteriormente por falta de provas.

O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Ardoni, fez menção ao caso na terça, após o anúncio do fechamento do tráfego aéreo. A medida afeta sobretudo rotas comerciais para destinos turísticos como Punta Cana, na República Dominicana, e Miami e Nova York, nos EUA.

À imprensa, ele afirmou que o governo "iniciou ações diplomáticas" contra a Venezuela e disse que o Boeing estava vinculado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. "A Argentina não vai se deixar extorquir pelos amigos do terrorismo", completou.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Caracas, Yván Gil, disse em uma publicação no X que Ardoni fingia "desconhecer as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela". Ainda chamou o governo Milei de "neonazista" e "submisso e obediente a seu amo imperial" —Washington, no caso.

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