Violência na guerra marca primeiro dia da eleição russa

Ao menos 20 morreram em Odessa, e Ucrânia voltou a atacar território de Putin

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Moscou

O primeiro dia da eleição presidencial russa, que se estenderá até domingo, foi marcado por ações violentas de lado a lado na Guerra da Ucrânia.

Ao menos 20 pessoas morreram em ataques com mísseis de cruzeiro Kh-59 russos em Odessa, principal porto ucraniano, no sul do país invadido há dois anos. Ficaram feridas mais de 70 pessoas, muitas em estado grave.

Bombeiro ferido no resgate a corpos após ataque com mísseis russos a Odessa, na Ucrânia
Bombeiro ferido no resgate a corpos após ataque com mísseis russos a Odessa, na Ucrânia - Servicço Federal de Emergências/AFP

Houve ataques com drones, 27 dos quais a Ucrânia disse ter derrubado, em diversas partes do país. Em Zaporíjia, no sul, uma mulher de 76 anos foi morta durante um bombardeio com mísseis balísticos.

Kiev também atacou, tentando elevar a tensão causada por suas ações contra refinarias russas nesta semana em que o presidente Vladimir Putin será reconduzido a mais seis anos no poder. Um alvo foi uma pequena unidade de processamento de óleo em Kaluga (180 km a sudoeste de Moscou), mas sem grandes consequências.

Outro ponto de ataque pelas forças da Ucrânia, que dizem apenas apoiar rebeldes anti-Putin, foi a região de Belgorodo, que já havia experimentado incursões nesta semana.

Mais uma ação ucraniana foi rechaçada pelos russos, desta vez com o emprego de helicópteros para desembarcar tropas no sul russo. A versão é do Ministério da Defesa da Rússia, corroborada por um analista militar em Moscou.

Além disso, foram lançados sete mísseis balísticos contra a cidade, provavelmente do limite de suas fronteiras —Moscou prendeu nesta sexta uma pessoa que teria a ver com um esquema de fornecimento triangulado de material bélico ocidental para a Rússia. Ao menos uma pessoa morreu.

O Kremlin diz que o objetivo dos ataques é atrapalhar o pleito, e o governador local teve de ir à TV para negar rumores de que a eleição seria suspensa. Vídeos em redes sociais mostraram uma explosão ocorrendo próxima de uma seção eleitoral, sem comprovação independente.

O porta-voz de Putin, Dmitri Peskov, também comentou a sugestão feita na véspera pelo presidente francês, Emmanuel Macron, de que não haveria linhas vermelhas o impedindo de enviar tropas para a ajudar a Ucrânia em sua guerra contra a invasão russa.

Para ele, a frase apenas prova que Paris está pronta para dar um passo a mais, ao contrário de seus colegas europeus. Os franceses são nominalmente apoiadores menores da Ucrânia em volume e valor, mas entregaram precisos mísseis de cruzeiro Scalp-EG a Kiev.

Nesta sexta, o francês, o premiê alemão, Olaf Scholz, e o polonês, Donald Tusk, se reuniram em Berlim para tentar alinhavar um rumo europeu na lida com a crise de falta de munição e insumos militares pela qual passa a Ucrânia.

Nada foi decidido, como era de se esperar, mas poucos entendem a demora alemã em enviar o que já está prometido para Kiev. Já a proatividade de Macron está relacionada entre outras coisas a uma janela de oportunidade para o francês, malvisto em seu país, ganhar palanque internacional.

O quanto o queixume europeu irá comover os republicanos de Donald Trump que estão barrando R$ 300 bilhões em ajuda há mais de três meses, é algo que terá de ser visto.

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