Irã diz que investigará navio apreendido ligado a israelense

Embarcação está em águas territoriais iranianas, afirma regime; segundo porta-voz, cargueiro 'violou os regulamentos marítimos internacionais'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Teerã | AFP

O navio porta-contêineres que o Irã apreendeu no fim de semana sob a acusação de estar vinculado a Israel vai passar pelas "investigações necessárias", afirmou nesta segunda-feira (15) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do regime, Nasser Kanani.

Teerã não havia fornecido nenhuma informação desde que as forças marítimas da Guarda Revolucionária do Irã apreenderam, no último sábado (13), a embarcação com bandeira portuguesa MSC Aries, que passava pelo estreito de Hormuz, no Oriente Médio.

Membros da Guarda Revolucionária do Irã descem de rapel em navio porta-contêineres MSC Aries, perto do Estreito de Hormuz - Reprodução/via AFP

"O Irã se esforça para criar um ambiente de navegação seguro no estreito de Hormuz e no Golfo. O navio foi desviado para as águas territoriais do Irã devido à violação das leis marítimas e à ausência de resposta às chamadas feitas pelas autoridades iranianas", disse Kanani a jornalistas sem dar qualquer informação sobre os 25 tripulantes.

"Não há dúvida de que esse navio pertence ao regime sionista", continuou o porta-voz, referindo-se a Israel, adversário da República Islâmica atacado no último fim de semana.

No sábado, a Irna, agência estatal de notícias do Irã, afirmou que o MSC Aries foi apreendido por ser "gerido pela empresa Zodiac, que pertence ao capitalista sionista Eyal Ofer". O navio é alugado da Gortal Shipping, uma afiliada da Zodiac Maritime, empresa parcialmente controlada pelo empresário israelense.

Segundo a agência, homens da Guarda Revolucionária haviam embarcado e levado a embarcação para águas persas. A MSC, por sua vez, confirmou que o Irã havia apreendido o navio e disse que estava trabalhando "com as autoridades relevantes" para seu retorno seguro e o bem-estar da tripulação de 25 pessoas.

Horas após a apreensão, o Irã lançou 300 mísseis e drones na noite de sábado contra o território israelense, em uma operação que Teerã diz ser uma resposta ao bombardeio de uma embaixada em Damasco. Este ataque, em 1º de abril, matou sete integrantes da Guarda Revolucionária iraniana, incluindo dois generais. Teerã atribuiu a autoria a Tel Aviv, que não confirmou o envolvimento.

Os Estados Unidos chamaram a apreensão de um "ato de pirataria" e pediram ao Irã para libertar imediatamente o navio. Segundo Washington, a tripulação é composta por indianos, filipinos, paquistaneses, russos e estonianos.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, também acusou o Irã de pirataria. Já o porta-voz militar israelense Daniel Hagari disse que Teerã "sofrerá consequências por escolher escalar ainda mais essa situação".

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.