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Rússia diz que Ucrânia voltou a atacar maior usina nuclear da Europa

Porta-voz da inteligência ucraniana nega envolvimento de Kiev; não há risco de desastre nuclear e houve apenas uma vítima, segundo a AIEA

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Guy Faulconbridge Felix Light
Moscou e Tbilisi (Geórgia) | Reuters

A Rosatom, companhia de energia nuclear da Rússia, acusou o Exército da Ucrânia neste domingo (7) de lançar uma série de ataques à usina nuclear de Zaporíjia. A planta é a maior da Europa e está localizada em território ucraniano, mas atualmente é controlada pelos russos.

Segundo a Rosatom, três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado grave. A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), agência da ONU (Organização das Nações Unidas) que conta com especialistas no local, informou no X que houve uma única vítima.

Usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia; planta é controlada por Moscou
Usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia; planta é controlada por Moscou - Olga Maltseva - 14.jun.23/AFP

Um funcionário da inteligência ucraniana negou o envolvimento de Kiev nos ataques à estação, sugerindo que a culpa é dos próprios russos. Tanto autoridades russas quanto a AIEA afirmaram que os níveis de radiação no local estavam em níveis normais e que os danos não eram graves.

Tropas russas conquistaram o território onde está a planta nas primeiras semanas da Guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Cada lado acusa o outro de atacar a usina, que fica próxima das linhas de frente do conflito que já dura 25 meses. As acusações mútuas também citam que o risco de um desastre nuclear.

Em comunicado, a Rosatom disse que o primeiro ataque à fábrica atingiu uma área perto de uma cantina, ferindo os três funcionários. Em meia hora, afirmou, um drone atacou uma área de carregamento de carga e outro drone posteriormente atingiu a cúpula do sexto reator.

O comunicado disse que a Rosatom "denuncia categoricamente o ataque sem precedentes" e apelou ao chefe da AIEA, Rafael Grossi, e à União Europeia para reagirem imediatamente à ameaça à segurança. O órgão de vigilância nuclear da ONU pediu que tais incidentes cessassem imediatamente.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, instou os líderes mundiais a condenarem o ato de "terrorismo nuclear".

"Quantas vezes mais os militares ucranianos terão de atacar a fábrica de Zaporíjia para que o Ocidente e aquele monstro Zelenski, criado por eles, parem de repetir este ato mortal do seu sangrento circo?", escreveu ela no Telegram, citando o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski

Andriy Usov, porta-voz da inteligência da Ucrânia, negou qualquer envolvimento do país. "Os ataques russos, inclusive os de imitação, no território da usina nuclear ucraniana... têm sido há muito tempo uma prática criminosa bem conhecida dos invasores", disse.

Grossi, da AIEA, acrescentou que houve três "ataques diretos" a tais estruturas. "Isso não pode acontecer", escreveu ele.

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