Israel diz ter recuperado corpo de refém na véspera do 6º mês da guerra em Gaza

Elad Katzir foi sequestrado e morto por facção, dizem autoridades; chefe da ONU chama guerra de 'traição à humanidade'

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Jerusalém | AFP

Quase seis meses após a invasão de Israel por terroristas, o Exército de Tel Aviv disse neste sábado (6) ter recuperado o corpo de um homem que havia sido sequestrado em 7 de outubro do ano passado.

"O corpo do refém Elad Katzir, assassinado em cativeiro pelo grupo Jihad Islâmico, foi recuperado durante a noite e devolvido ao território israelense", disse o Exército em comunicado.

Elad Katzir, sequestrado em 7 de outubro durante o ataque do Hamas, há seis meses; em dezembro, um vídeo seu foi divulgado pela Jihad Islâmica, no qual pedia ajuda
Elad Katzir, sequestrado em 7 de outubro durante o ataque do Hamas, há seis meses; em dezembro, um vídeo seu foi divulgado pela Jihad Islâmica, no qual pedia ajuda ao governo israelense - Reuters

Katzir tinha 47 anos quando foi sequestrado no kibutz de Nir Oz, uma comunidade originalmente agrícola. Sua morte ocorreu em meados de janeiro, poucos dias depois que o Jihad Islâmico divulgou um vídeo no qual o refém pedia ao governo israelense que fizesse todo o possível para conseguir sua libertação, de acordo com um oficial militar do país invadido.

Uma operação foi lançada na última sexta-feira (5), na cidade de Khan Yunis, para recuperar o corpo de Katzir. Forças israelenses exumaram o corpo à noite, antes de o repatriarem para Israel, onde ele foi identificado de forma oficial.

Após o anúncio, a irmã de Katzir criticou as lideranças governamentais de Israel. "[Libertá-lo vivo] teria sido possível se um acordo sobre os reféns tivesse sido alcançado a tempo", afirmou Carmit Katzir em seu perfil no Facebook. "Primeiro-ministro, gabinete de guerra, membros da coalizão [de governo]. Olhem-se no espelho e digam que suas mãos não estão cobertas com este sangue."

Sua mãe, Hanna Katzir, também foi raptada. Ela foi libertada em 24 de novembro durante a única trégua alcançada ao longo da guerra Israel-Hamas. O pai morreu no ataque do grupo terrorista ao kibutz.

A guerra eclodiu em 7 de outubro com um ataque sem precedentes de terroristas do Hamas a partir de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, segundo dados israelenses. O grupo terrorista também sequestrou aproximadamente 250 pessoas, das quais cerca de 130 permanecem no território palestino.

Israel, que promete destruir o Hamas, bombardeia de forma incessante a Faixa de Gaza. Em seis meses, ao menos 33.137 pessoas foram mortas no território, a maioria mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.

Também neste sábado, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, classificou a guerra em Gaza de uma "traição à humanidade".

Em comunicado divulgado na véspera do dia em que se completam seis meses de conflito, Griffiths fez um apelo a uma "determinação coletiva para que haja uma responsabilização".

"A cada segundo esta guerra faz mais vítimas civis. Continua-se plantando as sementes de um futuro profundamente obscurecido por este conflito implacável", disse ele.

Griffiths lamentou "a perspectiva excessiva de uma nova escalada em Gaza, onde ninguém está seguro e não há nenhum lugar seguro para ir". "Uma operação de ajuda já frágil segue sendo prejudicada por bombardeios, pela insegurança e a negação de acesso", afirmou.

"Neste dia, o meu coração está com as famílias dos mortos, feridos ou mantidos como reféns, e com aqueles que enfrentam o sofrimento particular de não saber a situação de seus entes queridos", disse o subsecretário-geral.

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