Ameaça terrorista faz EUA colocarem bases militares em alerta na Europa

Risco aumentado pela Eurocopa e pelas Olimpíadas é citado pelo Pentágono, que não detalha medidas

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São Paulo

Os Estados Unidos colocaram suas bases militares na Europa em estado de alerta a partir do fim de semana devido a riscos aumentados de ataques terroristas durante a Eurocopa, que ocorre até o dia 14 na Alemanha, e as Olimpíadas de Paris, que começam no dia 26.

Segundo disse nesta segunda (1º) Sabrina Singh, porta-voz adjunta do Pentágono, não há uma ameaça única relativa aos eventos esportivos. "É uma combinação de fatores, incluindo os eventos", afirmou.

Aviões cinzas com a cabine aberta enfileirados em uma pista de pouso, com alguns militares andando em volta
Caças da Otan na base de Ramstein, na Alemanha, a maior instalação militar americana na Europa - Thilo Schmuelgen - 6.jun.2024/Reuters

Ela não detalhou quais são as medidas ou se elas valem para todas as instalações militares americanas na Europa. Elas são cerca de 80, quase a metade na Alemanha, entre bases aéreas, estações navais e guarnições de forças terrestres. Elas somam cerca de 100 mil militares.

Segundo outras autoridades disseram à imprensa americana, como a rede CNN, o risco percebido é o maior em dez anos no continente. Singh, por sua vez, disse que as medidas valem para a instalações e também para as famílias dos militares.

Historicamente, grandes eventos esportivos sempre acendem luzes amarelas no setor de segurança. O caso mais notório é o das Olimpíadas de Munique, em 1972, quando um comando palestino assassinou 11 atletas israelenses e um policial alemão ocidental, além de 5 dos 8 terroristas.

Em 2015, o grande ataque do Estado Islâmico que matou 130 pessoas em Paris começou com uma tentativa de explodir bombas no Stade de France, onde a seleção local jogava com a Alemanha. Os três terroristas não conseguiram entrar no local, detonando os explosivos em portões de segurança —eles e um civil morreram.

Dois fatores adicionais elevam as preocupações. Os EUA apoiam, ainda que com crescentes reservas devido ao alto custo humano na Faixa de Gaza, o governo de Israel em sua guerra contra o grupo terrorista palestino Hamas.

E há a tensão decorrente da Guerra da Ucrânia. Diversos Estados europeus têm acusado, sem apresentar provas, a Rússia de promover ataques híbridos como incêndios e sabotagens. A Rússia está banida do campeonato de seleções de futebol europeias, mas atletas seu poderão disputar os jogos em Paris como indivíduos neutros.

Por fim, lateralmente, há a instabilidade política na França, onde a extrema direita tomou a liderança no primeiro turno das eleições parlamentares do domingo (30). Houve protestos em diversos pontos do país, que de todo modo tem um número mínimo de militares americanos —cerca de 80.

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