Descrição de chapéu Estados Unidos

Senador democrata é condenado por corrupção nos Estados Unidos

Robert Menendez teria usado cargo em comitê para beneficiar empresários e outros países em troca de dinheiro e carro

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São Paulo

O senador dos Estados Unidos Robert Menendez, democrata e de origem cubana, foi condenado nesta terça-feira (16) em todas as acusações relacionadas a um suposto esquema para beneficiar potências estrangeiras e empresários corruptos no Congresso americano. Em troca, ele teria recebido dinheiro em espécie, barras de ouro e um carro de luxo.

Segundo a Promotoria, o senador eleito por Nova Jersey de 70 anos explorou sua influência quando ocupava o cargo de presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado para ajudar —junto à sua mulher, Nadine Arslanian— os empresários Wael Hana, Fred Daibes e José Uribe em troca de subornos.

A imagem mostra um homem de cabelos brancos e óculos, vestindo um terno listrado e gravata vermelha, falando em uma coletiva de imprensa. Ele está cercado por microfones de várias emissoras de TV, incluindo FOX 5, Univision e ABC7. Atrás dele, há dois homens de terno e quatro policiais uniformizados em frente a um edifício com a inscrição '200' e 'Pearl Street' na entrada.
O senador democrata Bob Menendez fala à mídia ao sair do tribunal federal de Manhattan; ele é acusado ​​de aceitar suborno em troca de usar sua influência para ajudar governos, como do Egito - Adam Gray - 16.jul.24/Getty Images via AFP

O júri, que passou cerca de 12 horas deliberando, também emitiu veredictos de culpa contra Hana e Daibes.

A decisão torna Menendez, cujo mandato termina no final do ano, o sétimo senador dos EUA em exercício a ser condenado por um crime federal. A sentença no caso deve ser divulgada em 29 de outubro. Várias das acusações preveem penas de até 20 anos de prisão.

Falando com repórteres do lado de fora do tribunal, Menendez disse estar "profundamente decepcionado" e prometeu recorrer. "Nunca fui nada além de um patriota do meu país e para o meu país", disse ele.

O senador Chuck Schumer, líder da maioria, pediu que Menendez renunciasse minutos após a leitura do veredicto. "À luz do veredicto de culpabilidade, o senador Menendez deve fazer o correto, com seus eleitores, o Senado e nosso país, e renunciar", disse ele em breve declaração.

O governador democrata de Nova Jersey, Philip D. Murphy, ecoou a declaração de Schumer e também defendeu a renúncia de Menendez, além de uma nomeação temporária para que o cargo não fique vago.

Um porta-voz do senador Mitch McConnell, líder republicano do Kentucky, recusou-se a comentar a condenação. Ele disse apenas que está feliz por Menendez não ser filiado ao Partido Republicano.

O CASO

Durante uma busca à residência familiar de Menendez, em 2022, a polícia encontrou cerca de US$ 480 mil em dinheiro escondidos entre roupas e sapatos num cofre, além de 13 barras de ouro no valor de US$ 150 mil e um carro Mercedes Benz.

A descoberta foi a base do julgamento que levou o senador, Hana e Daibes, empresários de Nova Jersey, ao banco dos réus em um tribunal do distrito sul de Manhattan.

José Uribe, outro implicado, declarou-se culpado antes do julgamento e colaborou com a Promotoria contra o senador e sua esposa, que devido a um câncer de mama não pôde ser julgada.

A Promotoria acusou Menendez de "colocar seu poder à venda" de 2018 a 2022.

Mais de 30 testemunhas passaram pelo julgamento. Dezenas de mensagens de texto foram algumas das provas apresentadas sobre um "esquema de corrupção em grande escala".

Menendez foi mencionado em 16 das 18 acusações contra os integrantes do suposto esquema. Além de tentar interceder perante a Justiça para paralisar processos judiciais contra Daibes e Uribe, o senador também teria ajudado o primeiro —velho amigo e bem-sucedido promotor imobiliário— a investir em um fundo vinculado ao Qatar.

Senador desde 2006 e antes membro da Câmara dos Representantes por 14 anos, Menendez foi um feroz opositor da normalização das relações com Cuba, um azedo inimigo da Venezuela e da China, e um firme defensor de Israel.

Com The New York Times e AFP

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