Descrição de chapéu Haiti

Quênia envia mais 200 policiais para missão de ajuda ao Haiti

Operação deve reunir ao todo 2.500 agentes estrangeiros para tentar conter onda de violência no país caribenho

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Nairóbi | AFP

Um novo contingente de policiais do Quênia chegou ao Haiti nesta terça-feira (16), três semanas após a missão multinacional de ajuda ao país caribenho começar a sair do papel. Segundo autoridades, 200 agentes vão se juntar aos 400 colegas quenianos que haviam sido enviados no final de junho.

No total, mil integrantes de forças de segurança do país africano devem fazer parte da operação, que tem o objetivo de desidratar as gangues armadas locais. As facções controlam atualmente mais da metade da capital haitiana, Porto Príncipe.

Forças policiais participam de operação contra gangues no centro de Porto Príncipe, perto do Palácio Nacional - Clarens Siffroy - 9.jul.2024/AFP

A informação é da AFP, que atribuiu a declaração a uma pessoa com conhecimento do assunto. Ainda segundo a agência de notícias, um funcionário da polícia queniana também confirmou o envio de reforços. Ele ainda enfatizou que, em breve, mais pessoas serão enviadas, até que o número de agentes chegue a mil.

O Quênia lidera a missão que deve reunir 2.500 agentes estrangeiros para atuar ao lado da Polícia Nacional Haitiana, deficitária e com altas taxas de evasão. Outros países como Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados também devem participar da operação.

O avanço da ajuda, no entanto, enfrenta desafios jurídicos no Quênia.

A missão foi aprovada em outubro por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e deveria durar um ano, mas a implementação foi adiada após uma decisão da Justiça queniana em janeiro. Segundo um tribunal do país, o envio de homens era inconstitucional porque o governo do presidente William Ruto, que enfrenta protestos internos, não poderia mandar agentes ao exterior sem um acordo bilateral com o outro país.

Após o imbróglio jurídico, um pequeno partido de oposição chamado Third Way Alliance Kenya apresentou uma nova ação para tentar bloquear a iniciativa.

Internacionalmente, o Quênia recebe apoio dos Estados Unidos, que, em vez de enviar homens, resolveram apoiar em termos econômicos e logísticos um país para liderar a missão no Haiti.

A ONG Human Rights Watch manifestou temor em relação à missão e dúvidas sobre seu financiamento, enquanto outros observadores acusam a polícia queniana de uso excessivo da força.

Há também preocupação de que a presença dos policiais, que devem trabalhar na proteção de algumas estruturas importantes, como a de combustível, apenas empurre as gangues armadas para o interior do país, afastando o problema da capital, ou as faça hibernar, mas sem resolver o problema de fato.

Especialistas apontam que a raiz dessa questão está no acesso que esses grupos têm a armamentos, especialmente aos que saem dos EUA.

Em julho, em um comunicado divulgado para desmentir a morte de sete agentes no Haiti, a polícia do Quênia afirmou que as forças mobilizadas haviam sido "recebidas calorosamente" e que estavam "em segurança". "Eles estão trabalhando em proximidade com o anfitrião, a Polícia Nacional do Haiti, e fizeram um mapeamento estratégico das prováveis áreas de preocupação operacional. Também organizaram várias patrulhas conjuntas em Porto Príncipe", segundo a nota.

A violência que impacta o Haiti há vários anos foi agravada em fevereiro, quando grupos armados executaram ataques coordenados contra a capital para derrubar o então primeiro-ministro, Ariel Henry, que acabou renunciando ao cargo.

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