Descrição de chapéu Estados Unidos

Tribunal conclui que ex-prefeito de NY mentiu à Justiça ao defender Trump e cassa seu direito de advogar

Corte decidiu que Rudolph Giuliani minou integridade eleitoral dos EUA e contribuiu para aumentar as tensões no país

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

O ex-prefeito de Nova York Rudolph W. Giuliani, 80, perdeu sua licença para advogar no estado homônimo nesta terça-feira (2), após um tribunal de apelações concluir que ele mentiu ao argumentar que a eleição presidencial de 2020 foi roubada de seu cliente, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O veredito é mais um capítulo da queda de um advogado que, no passado, colocou-se como um defensor da lei e da ordem, desafiou chefes da máfia e operadores de Wall Street e se tornou um herói nacional para muitos moradores após os ataques terroristas do 11 de Setembro, no final de seu mandato à frente da cidade.

Rudy Giuliani em entrevista coletiva sobre os processos judiciais relacionados às eleições de 2020 dentro da sede do Comitê Nacional Republicano - Drew Angerer - 19.nov.2020/Getty Images/AFP

Além de ter entrado com um pedido de falência, o republicano enfrenta acusações em dois estados em casos eleitorais e deve US$ 148 milhões (quase R$ 840 milhões) a dois funcionários eleitorais da Geórgia devido à sentença de um processo de difamação.

Agora, o tribunal estadual retirou sua licença para advogar no estado de Nova York após constatar que Giuliani, advogado pessoal de Trump em um dos casos que o republicano enfrentou, "atacou sem fundamento e minou a integridade do processo eleitoral" dos EUA, além de ter contribuído "para as tensões nacionais que se seguiram à eleição presidencial de 2020, pelas quais ele é totalmente impenitente".

Giuliani, que nos anos 1980 atuou como procurador dos EUA em Manhattan, estava proibido de exercer a advocacia no estado de Nova York desde 2021, após uma multidão de apoiadores de Trump invadir o Capitólio dos EUA, no dia 6 de janeiro daquele ano. Na ocasião, a Justiça concluiu que Giuliani havia tentado enganar juízes, legisladores e o público na condução da defesa de Trump.

O advogado foi um dos principais defensores de acusações falsas de que a derrota de Trump para o democrata Joe Biden em 2020 foi resultado de uma fraude eleitoral generalizada. O tribunal citou as afirmações de Giuliani sobre pessoas mortas votando em estados decisivos e manipulação de votos por funcionários eleitorais em uma instalação na Geórgia.

Ao jornal The New York Times, Barry Kamins, advogado de Giuliani, disse que seu cliente estava "obviamente desapontado com a decisão". "Estamos avaliando nossas opções de apelação", afirmou ele. Em outras oportunidades, o republicano argumentou que acreditava em suas declarações quando as proferiu e que as acusações éticas violavam sua liberdade de expressão.

Com Reuters e The New York Times

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.