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Ditadura da Venezuela nega a existência de mandados de prisão contra Corina e González

'Eu quero conhecer as ordens [de prisão], vê-las, porque não existem', afirmou o procurador-geral Tarek William Saab em entrevista à rádio Caracol

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São Paulo

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, afirmou neste domingo (4) que não há mandados de prisão contra María Corina Machado e Edmundo González Urrutía , principais figuras da oposição ao regime do ditador Nicolás Maduro.

"Eu quero conhecer as ordens [de prisão], vê-las, porque não existem", afirmou Saab, uma das principais autoridades do regime, em entrevista à rádio colombiana Caracol, veiculada neste domingo (4).

A imagem mostra um grupo de pessoas em um evento ao ar livre. No centro, uma mulher de cabelo longo e escuro segura um microfone e levanta o braço, enquanto outras pessoas ao seu redor também levantam os braços e seguram papéis. Há um homem ao seu lado, com cabelo grisalho, que também está levantando a mão. O fundo é composto por uma multidão e uma bandeira colorida visível na parte inferior da imagem.
María Corina Machado e Edmundo González Urrutia participam de protesto da oposição venezuelana em Caracas - Yuri Cortez - 30.jul.24/AFP

O procurador-geral confirmou que existe uma investigação em andamento para identificar pessoas responsáveis por incêndios criminosos em prédios públicos com pessoas dentro, mas não citou os nomes dos investigados

"Todo aquele dirigente que faça um chamado a fatos vinculados a atos de terrorismo será detido", afirmou Saab.

Após o pleito, o próprio Saab chegou a acusar Corina de envolvimento em um suposto ataque contra o sistema eleitoral. Outras figuras de alto escalão do regime vinham pedindo a prisão da líder opositora, inabilitada para concorrer nas eleições presidenciais, e de González, nome escolhido para substituí-la à frente da candidatura da oposição.

Diante das ameaças públicas de prisão, o governo da Costa Rica ofereceu asilo a Corina, González e outras figuras da oposição. Em artigo publicado no Wall Street Journal na quinta-feira (1º), a líder opositora escreveu que poderia ser detida a qualquer momento.

Corina e González têm convocado manifestações para denunciar uma suposta fraude eleitoral nas eleições do último domingo (28). O regime afirma já ter prendido mais de 1.200 pessoas nos protestos, enquanto a ONG Human Rights Watch (HRW) afirmou ter recebido relatos de que mais de 20 pessoas teriam sido mortas nas manifestações.

"Vinte mortes causadas pela própria violência dos manifestantes", disse Saab à rádio Caracol, citando os dados da HRW. Ele negou que as forças de segurança estejam cometendo violência nos protestos e acusou os manifestantes de usarem tinta vermelha ou molho de tomate para simularem ferimentos.

No sábado (3), Corina discursou diante de milhares de apoiadores em um protesto em Caracas no sábado (3); González não participou do ato. "Nunca estivemos tão fortes", disse a opositora, reiterando a acusação de fraude eleitoral.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a reeleição de Maduro com 52% dos votos, contra 43% de González, com 97% das urnas apuradas. No entanto, o órgão não apresentou resultados discriminados por zona eleitoral e mesa de votação.

A oposição afirma ter tido acesso a esses documentos e os publicou em um site, declarando González vitorioso com 67% dos votos, e 80% das mesas de votação contabilizadas.

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