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Ex-primeira-dama da Argentina diz que Fernández a pressionou a abortar

Caso teria ocorrido em 2016; acusação faz parte das denúncias de violência doméstica feitas por Yañez contra ex-presidente

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São Paulo

A ex-primeira-dama da Argentina, Fabiola Yañez, disse em sua denúncia de violência doméstica contra o ex-presidente Alberto Fernández que foi pressionada por ele a fazer um aborto em 2016, de acordo com a imprensa local.

Yañez apresentou nesta segunda-feira (12) sua denúncia formal contra Fernández no consulado argentino em Madri, na Espanha, onde ela mora. No documento de 20 páginas, a ex-primeira-dama o acusa de lesões graves e de abuso de autoridade, entre outros crimes.

O então presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao lado da esposa, Fabiola Yañez, sobem a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, durante visita oficial - Sergio Lima - 26.jun.23/AFP

O aborto teria acontecido em 2016, de acordo com o portal de notícias Infobae. Na época, o relacionamento entre Yañez e Fernández era recente, e o ex-presidente teria dito que uma gravidez naquele momento não poderia ocorrer. "Ele disse: não posso contar a ninguém que vou ter um filho com você em tão pouco tempo", afirmou Yañez.

A ex-primeira-dama deve entrar em mais detalhes nesta terça-feira (13), quando dará, de maneira remota, seu primeiro depoimento à Justiça argentina. Yañez e Fernández tiveram um filho em 2022, quando o político ainda ocupava o cargo de presidente.

A repercussão do caso na Argentina escalou quando o Infobae publicou fotos de Yañez machucada, nos olhos e nos braços, na noite desta quinta (8). A própria ex-primeira-dama as teria enviado a Fernández pelo aplicativo de mensagens WhatsApp.

Portal Infobae revelou as fotos de Fabiola Yañez que estão no processo judicial - Reprodução

Em capturas de tela, também reveladas pelo portal, há textos como: "Isso já não funciona se a todo momento você me bate. Não posso deixar que você me faça isso quando não te fiz nada. Tudo que tento fazer é defender-me, e você me agride fisicamente."

Em outra, a ex-primeira-dama relata que havia três dias que Fernández a agredia. O peronista se torna o primeiro presidente argentino da história acusado formalmente de violência de gênero.

Desde então, Fernández teve seu celular apreendido em Buenos Aires, e vieram à tona relatos de funcionários que trabalhavam na residência presidencial corroborando as denúncias de Yañez —eles dizem que o viram puxando os cabelos da então primeira-dama.

Fernández se manifestou em nota. Antes da divulgação das fotos pela imprensa, disse que "a verdade dos fatos é outra; apenas direi que é falso e que jamais ocorreu o caso do qual agora me acusam".

"Pela integridade de meus filhos, da minha pessoa, e também da própria Fabiola, não farei declarações midiáticas, mas apresentarei diante da Justiça as provas e os testemunhos que vão evidenciar o que realmente ocorreu."

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