Panamá deporta 1º grupo de migrantes detidos em Darién após acordo com EUA

Todos os 29 passageiros, colombianos com antecedentes criminais, foram algemados antes de embarcarem rumo a Bogotá

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Panamá | AFP

O Panamá deportou, nesta terça-feira (20), 29 colombianos com antecedentes criminais que ingressaram no país pela selva de Darién. O voo foi o primeiro após um acordo sobre migração assinado com os Estados Unidos, em julho, assim que o direitista José Raúl Mulino tomou posse como novo presidente.

A imagem mostra um agente de segurança, vestido com um colete tático e boné, prendendo uma pessoa com as mãos algemadas. O agente está posicionando as mãos da pessoa algemada para trás, enquanto outra pessoa, com cabelo longo e escuro, está de costas. Ao fundo, é possível ver uma aeronave.
Oficial de migração panamenho verifica colombianos detidos após cruzarem irregularmente para o Panamá através do estreito de Darién, a Selva da Morte, enquanto são algemados antes de embarcarem rumo a Bogotá - Aris Martinez/Reuters

"Temos o primeiro voo do convênio financiado pelos Estados Unidos", disse à imprensa o vice-ministro panamenho de Segurança, Luís Felipe Icaza, acompanhado por funcionários americanos, assim que decolou, ao amanhecer, o voo fretado com os expatriados rumo a Bogotá.

Antes de embarcar, o grupo formou uma fila na lateral da pista e cada um passou por verificação com detectores de metais. Os passageiros, que não transportavam bagagem, foram algemados nos pés e nas mãos.

A imagem mostra uma linha de pés de várias pessoas, todos com correntes presas aos tornozelos. As pessoas estão usando diferentes tipos de calçados, incluindo sandálias e tênis. A iluminação é baixa, criando um ambiente sombrio.
Migrantes colombianos com pés algemados fazem fila na lateral da pista do aeroporto Albrook Gelabert, na Cidade do Panamá - Arnulfo Franco/AFP

Icaza disse que o próximo voo deverá partir na próxima sexta (23) ou sábado (24).

No acerto feito com o governo panamenho, Washington se comprometeu a custear com US$ 6 milhões (R$ 32,5 milhões) a deportação e expulsão dos migrantes que atravessam o estreito de Darién e chegam ao Panamá rumo aos EUA.

Na primeira fase, serão deportados migrantes com antecedentes criminais, mas o acordo contempla a expulsão de qualquer pessoa que entre no Panamá pela selva que faz fronteira com a Colômbia. "O memorando [acordo] abrange não apenas os criminosos", disse a responsável de Segurança Interna dos Estados Unidos na América Central, Marlene Piñeiro.

Antes desta primeira leva pós-acerto com os EUA, o Panamá já tinha realizado deportações em voos para a Colômbia no início deste ano.

SEM VOOS PARA A VENEZUELA

A selva de Darién, com 266 km de extensão e área aproximada de 5.750 km2 (quase quatro vezes o município de São Paulo), tornou-se nos últimos anos um corredor para migrantes da América do Sul que tentam chegar aos EUA.

Mais de 520 mil pessoas, a maioria venezuelanos, atravessaram o local em 2023. Neste ano, mais de 230 mil já fizeram a travessia, segundo dados oficiais panamenhos.

O diretor de Migração do Panamá, Roger Mojica, afirmou que por enquanto não é possível enviar deportados para a Venezuela, país de onde provém mais de 60% dos migrantes que atravessam Darién. O motivo é a crise diplomática entre Panamá e Caracas após a contestada reeleição do ditador Nicolás Maduro.

"Estamos impedidos de fazer qualquer movimento para a Venezuela", disse Mojica, aludindo ao fato de Caracas ter proibido, alguns dias depois do pleito de 28 de julho, a entrada de todos os aviões vindos do Panamá em seu espaço aéreo.

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