Descrição de chapéu terrorismo Hezbollah

Brasileiro acusado de elo com Hezbollah é condenado por planejar ataques contra alvos judaicos

Lucas Passos Lima, detido desde novembro, recebeu pena de 16 anos de prisão; segundo denúncia, ele fez pesquisas sobre sinagogas e a Embaixada de Israel em Brasília

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São Paulo

O brasileiro Lucas Passos Lima foi condenado a 16 anos de prisão pela Justiça de Minas Gerais por integrar o grupo radical islâmico Hezbollah e por preparar atos de terrorismo. De acordo com decisão da Justiça de Minas Gerais, baseada em denúncia do Ministério Público Federal, ele pesquisou locais judaicos em Brasília e buscou informações sobre líderes religiosos.

Lima foi um dos três presos em novembro de 2023 no aeroporto de Guarulhos, após retornar de uma viagem ao Líbano. Na época, a Polícia Federal desarticulou uma suposta célula do Hezbollah com base em uma denúncia do FBI, a polícia federal americana, sobre um possível ataque no Brasil ou em países vizinhos.

A imagem mostra um homem sentado em uma cadeira em um ambiente interno. Ele tem cabelo curto e uma barba espessa. O homem está usando uma camiseta azul com uma faixa vermelha horizontal. O fundo é de paredes claras e há uma mesa com objetos não identificáveis. A iluminação é clara e há janelas ao fundo.
Lucas Passos Lima, condenado por envolvimento com o Hezbollah, durante audiência - Reprodução Fantástico

A investigação demonstrou, segundo o MPF, que integrantes de uma organização terrorista vinculada ao grupo libanês recrutavam brasileiros para atuar como prepostos do Hezbollah, especificamente para preparar atos de terrorismo contra a comunidade judaica no Brasil. A condenação de Lima foi baseada na Lei Antiterrorismo.

O brasileiro fez duas viagens ao Líbano para treinamento e depois fez pesquisas e registros (fotos e vídeos) de sinagogas, de cemitérios e da Embaixada de Israel, de acordo com a denúncia. Ele também coletou informações sobre líderes religiosos judaicos, buscou rotas de saída sem controle migratório e tentou cooptar um piloto com experiência em cruzar fronteiras, possivelmente com o objetivo de fugir após um eventual ataque.

Lima ainda treinou com armas de fogo e adquiriu equipamentos de comunicação e espionagem não rastreáveis. Foi preso com mais de US$ 5.000 (cerca de R$ 28 mil), o que poderia indicar financiamento pela organização terrorista, segundo o MPF.

A imagem mostra um grupo de pessoas em uniformes marrons, levantando bandeiras amarelas com um símbolo em verde. Eles estão alinhados em uma formação, com as mãos levantadas em saudação. Ao fundo, há um edifício e o céu está claro.
Membros do Hezbollah saúdam e levantam as bandeiras amarelas do grupo durante o funeral de companheiros mortos, alvos de ataque israelense em Shahabiya, no sul do Líbano - 17.abr.24/AFP

A PF disse ter encontrado evidências no telefone apreendido de Lima de que ele teria "realizado tarefas de reconhecimento em locais para possíveis ataques contra a comunidade judaica no Brasil". Em um dos vídeos em seu celular, filmado enquanto passava pela sinagoga de Taguatinga (DF), alguém no veículo pode ser ouvido dizendo: "bingo".

De acordo com a denúncia do MPF, que teve apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Lima e outros três brasileiros foram recrutados por Mohamad Khir Abdulmajid, um sírio naturalizado brasileiro.

A investigação apontou que, desde 2016, Abdulmajid tem desempenhado um papel central na promoção e financiamento de uma célula terrorista ligada ao Hezbollah. Apesar de ele ter sido denunciado, seu processo foi desmembrado e continua em tramitação. Ele está foragido.

Segundo o MPF, Lima aderiu de forma voluntária ao planejamento dos atos terroristas e se dispôs a recrutar outros brasileiros em território nacional.

A 2ª Vara Federal Criminal concluiu que as provas apresentadas, incluindo interceptações telefônicas, comprovaram a participação de Lima em uma organização terrorista.

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