Sair do centro expandido é desafio para bicicletas compartilhadas

Segundo o Itaú, que financia o serviço favorito dos paulistanos, há planos de expansão do Bike Sampa

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São Paulo

Homens são 64%, e pessoas brancas, 67% dos usuários do Bike Sampa, nome oficial do serviço de bicicletas compartilhadas financiado pelo Itaú na capital paulista.

Entre os usuários, 43% ganham acima do rendimento médio do paulistano (R$ 5.049), 41%, abaixo, e 16% têm renda mensal próxima a esse valor —entre R$ 3.900 e R$ 6.500. Os números são da Tembici, que opera o serviço. Na pesquisa Datafolha, o Bike Itaú, como o serviço é mais conhecido, foi lembrado por 48% dos entrevistados.

A maioria das 240 estações e 3.000 bicicletas do serviço está no centro expandido. "O sistema funciona melhor quando tem proximidade entre as estações", diz Tomás Martins, presidente da Tembici. "Por isso hoje a gente está bastante adensado no centro."

Bicicletas alinhadas em uma estação
Bike Itaú venceu a categoria "aluguel de bikes" do Melhor de São Paulo com 48% dos votos - Divulgação

Segundo ele, existem planos de expandir para outras regiões. Hoje, há um projeto piloto no bairro de Cidade Tiradentes (25 quilômetros do centro da cidade).

Instalado no terminal de ônibus do bairro, o serviço permite retirada de bicicletas por até 12 horas —no centro, são 60 minutos. A ideia é que os usuários retirem a bike ao chegar do trabalho, levem para a casa e devolvam no dia seguinte, ao fazer o trajeto inverso.

"As pessoas de Cidade Tiradentes que usam o Bike Itaú na região central não são as mesmas que usam no bairro", diz Luciana Nicola, diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade do Itaú. "Precisa entender o perfil de cada local e fazer essa acomodação."

A arquiteta e urbanista Roberta Prosini, que estudou o modelo de bicicletas compartilhadas em São Paulo e outras três capitais, ressalta a importância desse serviço para a agenda de mobilidade urbana e redução da poluição. "Como o interesse em distritos pobres é menor, cabe ao Estado licitar novas áreas de concessão e subsidiar a instalação."

Segundo estudo do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), encomendado em 2022 pelo Itaú, as bicicletas da capital paulista evitam a emissão de 170 toneladas de dióxido de carbono por ano.

O levantamento, feito com 350 usuários do serviço, mostrou uma alta taxa de intermodalidade: 71% dos usuários combinavam o uso das bicicletas com outros meios de transporte. Na média, esses usuários pouparam R$ 1.300 anuais em custos com transporte.

A expansão da malha cicloviária de São Paulo beneficiou o Bike Itaú, inaugurado em 2012. Na última década, a cidade ganhou 650 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, multiplicando por dez o tamanho da rede.

Martins, da Tembici, lembra que outras políticas públicas poderiam favorecer o uso de bicicletas na capital, entre elas a redução de velocidade nas vias e o compartilhamento de faixas. Itaú e Tembici têm contrato para operar o Bike Sampa até 2032. Parte do serviço é bancado por assinaturas de usuários.


ITAÚ UNIBANCO
48%
das menções
Fundação
1924*
Unidades
3.500 pontos físicos*
Funcionários
95,7 mil*
Lucro líquido
R$ 35 bilhões*
Crescimento
15,7%*

*Dados do banco

O Bike Itaú é uma causa para nós, é um investimento social privado do banco na sociedade

Luciana Nicola

diretora de relações institucionais e sustentabilidade do Itaú

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