Haganá avança e empata com Grupo Protege como melhor serviço de segurança privada de São Paulo
Portaria, transporte de valores, escolta armada, ronda, bombeiro civil, rastreamento de veículos, monitoramento de imagens e até cofres capazes de detectar notas falsas. A ideia daquele vigilante com revólver na cintura e cara de poucos amigos é simplista diante do leque de serviços atualmente oferecido pelo mercado de segurança privada.
Duas empresas do setor empataram em primeiro lugar, neste ano, na pesquisa Datafolha. Com 4% das citações, o Grupo Protege segue na liderança pelo quinto ano consecutivo desde a estreia do levantamento, em 2015. Desta vez, está tecnicamente empatado com o Grupo Haganá, mencionado por 3% dos entrevistados.
A seguir, Marcelo Baptista de Oliveira, presidente do Protege, fundado em 1971, e Chen Gilad, co-CEO do Haganá, de 1997, respondem a perguntas sobre o mercado de segurança privada em São Paulo e sua relação com a segurança pública.
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O mercado de segurança privada em São Paulo está mais concorrido a cada ano?
Marcelo Baptista de Oliveira (Protege): Sem dúvida. O mercado paulistano segue sendo o mais competitivo do país, com centenas de empresas de segurança. O Grupo Protege atua na região por meio da oferta de serviços, englobando logística, processamento e custódia de valores, serviços aeroportuários, segurança patrimonial e eletrônica, além de formação de profissionais e terceirização de mão de obra para as atividades relacionadas à segurança. Existem outras empresas investindo em capacitação de funcionários e em tecnologia de segurança, o que torna nosso desafio ainda maior.
Chen Gilad (Haganá): Os últimos anos representaram um grande crescimento ao setor e a consolidação de grandes companhias com milhares de funcionários cada uma. Se, por um lado, o mercado ficou mais acirrado entre estas grandes empresas, por outro, as menores e informais vêm perdendo espaço, o que qualifica a concorrência.
Os problemas de segurança pública beneficiam ou prejudicam a segurança privada?
Marcelo Baptista de Oliveira (Protege): A segurança pública e a privada caminham juntas no Brasil. Uma complementa a outra e conseguimos desenvolver, cada vez mais, um trabalho harmônico. Levamos aos nossos clientes confiança, capacidade profissional e excelente execução em nossos serviços. Investimos no treinamento de mais de 16 mil colaboradores em todas as regiões do país, além de estarmos em constante busca pelo desenvolvimento nas áreas em que atuamos.
Chen Gilad (Haganá): É importante lembrar que em países onde a segurança pública é reconhecidamente melhor que a brasileira, como nos EUA ou na Europa, a atuação da segurança privada é muito maior. As maiores empresas são as europeias e americanas. Os trabalhos da segurança pública e privada são complementares. Enquanto a segurança pública trabalha com a repressão em muitas ocasiões, a privada, exclusivamente com a prevenção. É evidente que, quando a atuação dos marginais é bem-sucedida e não é combatida, como é o caso das quadrilhas de menores de idade que vêm invadindo condomínios, a demanda por segurança privada aumenta. Quando a repressão é bem executada, como na divisão antissequestro, quando mais de 80% dos casos foram resolvidos, a necessidade de prevenção acaba caindo. No balanço geral, diria que o tipo de criminalidade que temos no Brasil e, principalmente, em São Paulo, aliado à dificuldade de combatê-la, beneficiam a segurança privada.
O discurso armamentista do governo Bolsonaro favorece ou não o mercado da segurança privada?
Marcelo Baptista de Oliveira (Protege): As promessas, em campanha, feitas pelo atual presidente sobre conceder posse de arma para qualquer cidadão não influenciam na nossa rotina de trabalho.
Chen Gilad (Haganá): Entendo como um impacto neutro para o nosso mercado. O sucesso da segurança preventiva independe da utilização de armamento. Quando uma estratégia de segurança preventiva está baseada em armas, a desvantagem é enorme, pois o tipo de armamento que o marginal usa é melhor. A estratégia de segurança preventiva é baseada em uma equipe bem treinada e na aplicação de tecnologia.