Atualmente, crianças e jovens têm mais acesso do que nunca à informação. Por isso, as primeiras atitudes a serem tomadas no âmbito educacional são: questionar o pressuposto de que os estudantes sofrem influência negativa da mídia e são incapazes de resistir a seu poder e rebater a crença de que somente os professores têm condição de oferecer aos alunos ferramentas de análise crítica para resgatá-los e capacitá-los.
Há mais de duas décadas vem crescendo um movimento que incentiva a maior compreensão da evolução dos meios de comunicação e de como estes se relacionam com o público infantojuvenil. Como afirma Ariane Porto Costa Rimoli, paralelamente a seu caráter nocivo e prejudicial, os meios de comunicação passaram a ser vistos também como indutores da democracia e dos direitos humanos, na medida em que consideram hoje crianças e jovens não apenas seus “consumidores” e “produtos”, e sim possíveis “produtores” de mídia. Mas qual mídia é essa?
Hoje, quando se fala em mídia, pensamos primeiro nos meios digitais, nas redes sociais e na forma íntima e intensa com que crianças e jovens se utilizam deles para se divertir, produzir conteúdo informal e se informar —nem sempre em plataformas e fontes confiáveis. É certo que crianças são naturalmente curiosas, querem conhecer e participar do que acontece em seu entorno, fazer perguntas, questionar.
Como, então, saciar essa curiosidade com segurança, bom nível e possibilidade de uso igual para todos?
Sabemos que a desigualdade no acesso aos dispositivos e às habilidades em lidar com programas, jogos etc. existe e se deve às discrepâncias econômicas, culturais e sociais entre todos os indivíduos, incluindo o público infantojuvenil. Por consequência, no Brasil, a TV e a mídia impressa ainda ocupam lugar importante no dia a dia do público infantojuvenil e adulto, trazendo informação de qualidade e acessível para a maior parte da população.
Nesse contexto, o uso do jornal Joca na sala de aula surge como alternativa para ampliar o repertório de conhecimento dos estudantes, formar leitores e incrementar o aprendizado sobre os gêneros da esfera jornalística. Primeiro e único jornal no país para jovens e crianças, o periódico é escrito com linguagem apropriada e traz notícias, reportagens, entrevistas, curiosidades e assuntos atuais sobre o Brasil, o mundo e o universo infantojuvenil.
Desde que começou a trabalhar com os gêneros textuais reais na sala de aula (contos, fábulas, textos informativos, poemas, notícias, reportagens, entrevistas etc.), a escola é a primeira a reconhecer e aceitar o papel fundamental da mídia em informar e formar indivíduos reflexivos, críticos e atuantes na sociedade em que vivem. Além disso, há muito se sabe que ler ficção e não ficção é parte importante do desenvolvimento infantil e traz uma série de benefícios, como o desenvolvimento da linguagem oral e escrita e da criatividade.
A escola se coloca, assim, como um dos espaços fundamentais em que a cultura juvenil é construída e representada —e o uso do jornal como uma ferramenta que contribui para formar cidadãos é um complemento importante para isso.
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