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Escândalo tucano

Relato grave de propina em concessão rodoviária mancha legado do PSDB paulista

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Pedágio na rodovia dos Imigrantes - Zanone Fraissat - 18.jul.20/Folhapress

Constitui mérito inegável dos governos consecutivos do PSDB em São Paulo as ótimas condições das rodovias do estado. Esse legado vem sendo maculado, ao longo dos último anos, por sucessivos escândalos de corrupção envolvendo a malha viária paulista.

O caso mais rumoroso até aqui se deu nas obras do Rodoanel. No ano passado, Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (empresa viária do estado), foi condenado por ilícitos em obras do trecho sul do empreendimento paulista.

Quanto ao setor norte, investigações da Operação Lava Jato apontaram desvios da ordem de R$ 625 milhões. Ex-secretário de Logística e Transportes do governo Geraldo Alckmin, Laurence Casagrande chegou a ser detido em decorrência de suspeitas de corrupção e se tornou réu na Justiça Federal.

Agora, graves suspeitas recaem sobre o sistema Anchieta-Imigrantes, que liga a região metropolitana à Baixada Santista.

Em um acordo cível assinado no começo desta semana com o Ministério Público paulista, a Ecovias, empresa que administra o complexo, afirmou que todos os 12 contratos de concessão rodoviária firmados com o governo paulista a partir de 1998 foram fraudados por meio de um cartel.

Segundo a companhia, o grupo, formado por outras 11 empresas, pagou propina a agentes públicos e abasteceu o caixa dois de campanhas políticas, num esquema mantido até 2015. No período, estiveram à frente do estado Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin.

A Ecovias e as demais empresas, de acordo com os relatos ao Ministério Público, formaram consórcios para disputar as licitações com o objetivo de simular uma competição, já que nem todas possuíam reais condições de assumir as rodovias envolvidas nos certames

Como parte do acordo, a concessionária comprometeu-se a pagar R$ 650 milhões ao estado de São Paulo. Terá ainda de apresentar provas das irregularidades.

Os detalhes da ação são desconhecidos, já que o acordo é mantido em sigilo e, para valer, ainda precisa ser homologado tanto pelo Conselho Superior do Ministério Público paulista como pela Justiça.

Não há dúvida, porém, de que o acúmulo de escândalos envolvendo as gestões tucanas, os quais se espraiam também pelo setor metroferroviário, vão demolindo a imagem de eficiência e zelo na gestão dos recursos públicos que o partido se esforçou para construir.

editoriais@grupofolha.com.br

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