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Pandemia, 2

Status global da Covid completa segundo ano entre ensaios de volta à normalidade

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Pedestres circulam pela avenida Paulista, em São Paulo, com e sem máscaras - Zanone Fraissat/Folhapress

No dia 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarava o início da pandemia de Covid-19, doença infecciosa registrada inicialmente na China que, em pouco mais de três meses, fora capaz de se espraiar com espantosa rapidez por todos os continentes.

Nesses dois anos, a mais grave crise sanitária desde a gripe espanhola, um século atrás, produziu impactos profundos e possivelmente duradouros no planeta —da vida cotidiana à economia, passando pelos sistemas de saúde e pelas relações de trabalho.

Se é verdade que, onda após onda, o flagelo segue surpreendendo e ceifando um número assustador de vidas, também é fato que, desde então, fomos capazes de desenvolver armas eficazes o bastante para fazer frente a ele.

De acordo com os registros mundiais, o vírus causador da Covid já infectou cerca de 460 milhões de pessoas e provocou 6 milhões de mortes —a quantidade real pode ter sido o triplo da registrada, segundo estudo recém-publicado na revista científica Lancet.

No Brasil, estima o estudo, teríamos alcançado a trágica marca de 800 mil mortes, aproximadamente 150 mil a mais que as computadas nas estatísticas oficiais. Impossível não imaginar quantos brasileiros poderiam ter sido salvos caso não tivéssemos a infelicidade de contar com Jair Bolsonaro (PL) na Presidência.

Mais do que se omitir, o governo federal empenhou-se em sabotar todas as formas de prevenção da doença —numa combinação sórdida de irresponsabilidade, negacionismo e desprezo pela vida.

A chegada das vacinas, em fins de 2020, representou um ponto de virada na pandemia. Feito científico de proporções históricas, os imunizantes não só foram desenvolvidos em tempo recorde como se mostraram altamente eficazes ante a moléstia, oferecendo uma primeira possibilidade de saída da crise.

Esse inegável sucesso, entretanto, vem sendo contrabalançado pelo acesso desigual aos produtos. Enquanto 63,5% da população mundial já recebeu pelo menos uma primeira dose, nos países de baixa renda essa proporção ainda não chega a 15%.

Hoje, embora ainda não seja possível afirmar que a Covid-19 esteja sob controle, o cenário se mostra auspicioso em boa parte do mundo. O enfrentamento do Sars-CoV-2 vai deixando de ser a prioridade em vários países, que anunciam o fim das restrições, ensaiando um retorno à normalidade.

Por mais que o risco de surgimento de novas e mais perigosas variantes permaneça presente, os progressos e aprendizados dos últimos dois anos dão esperança de que, em breve, falaremos da pandemia apenas no passado.

editoriais@grupofolha.com.br

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