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Virado à paulista

Haddad lidera no Datafolha, mas Tarcísio ou Rodrigo podem ameaçá-lo em 2º turno

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Em montagem, os candidatos ao governo paulista Fernando Haddad (PT), Rodrigo Garcia (PSDB) e Tarcísio de Freitas (Republicanos) - Zanone Fraissat/Folhapress

A julgar pelo instantâneo oferecido na última pesquisa Datafolha, as intenções de voto para o governo de São Paulo compõem quadro pouco definido. Em que pese a liderança distanciada de Fernando Haddad (PT), com 38% das preferências, os dois principais candidatos mais ao centro e à direita ainda têm chance na eleição.

O ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) marca 16%, e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), 11%. Disputa equilibrada, dado que a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e a campanha eleitoral mal começou, oficialmente.

A luta de ambos no presente é se tornarem conhecidos, diante de um adversário que teve larga exposição no último pleito presidencial, em 2018. Enquanto 89% dos eleitores relatam conhecer Haddad, meros 35% dizem o mesmo de Tarcísio ou Rodrigo.

Hoje, o bolsonarista parece contar com ligeira vantagem sobre o tucano. Na pesquisa de intenção de voto espontânea, em que não se apresentam nomes, o primeiro obtém 8%, ante 3% do segundo.

Para um recém-chegado ao estado, o ex-ministro até que se sai bem. Beneficia-se da popularidade relativa do padrinho Jair Bolsonaro (PL) e de pautas retrógradas em segurança pública e costumes. Se o presidente seguir diminuindo a desvantagem diante de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio pode angariar pontos por inércia.

Já o governador paulista livrou-se do espectro evanescente de João Doria, seu antecessor no Bandeirantes, e tem a máquina do governo estadual sob controle. Vem prodigalizando benesses eleitoreiras, como represar tarifas de pedágio e aumentar o valor do vale-gás.

Pela fotografia do Datafolha, qualquer um deles teria tarefa dura num segundo turno, mesmo que herde todas as atuais intenções de voto de centro-direita e direita. A soma dos dois (27%) mal ultrapassa um quarto do eleitorado e fica 11 pontos aquém de Haddad.

O petista, entretanto, tem a rejeição mais alta (30%), ante 22% de Tarcísio e 20% de Rodrigo. O antipetismo é forte no estado, que nunca elegeu um governador do PT e é administrado há décadas por tucanos e aliados. Haddad terá trabalho pela para manter o favoritismo.

Tudo considerado, a eleição paulista ainda se encontra um tanto indefinida. Pode-se dizer, com alguma segurança, que dificilmente se decidirá no primeiro turno e tende a ser marcada pela polarização.

editoriais@grupofolha.com.br

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