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Máscara opcional

Com pandemia menos letal, cai uso obrigatório em voos; vacinação precisa avançar

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Painel no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP) - Eduardo Knapp/Folhapress

Em decisão unânime, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quarta (17) o fim do uso obrigatório de máscaras faciais em aviões e em aeroportos.

Com a medida, que aboliu também as regras de distanciamento social nos aeroportos, a proteção passa a ser uma recomendação individual para passageiros, tripulantes e demais funcionários das companhias aéreas, como já ocorre em países da Europa e nos EUA.

A decisão se dá num contexto de arrefecimento da pandemia no país. As médias móveis de casos e mortes seguem em queda, na comparação com os dados de duas semanas atrás. A de novas infecções é de 17,7 mil ao dia, ao passo que a de óbitos atinge 179 —reduções de 34% e 12%, respectivamente.

Ademais, segundo o mais recente boletim Infogripe, da Fiocruz, todos os estados, com exceção de Roraima, apresentam estabilidade ou tendência de queda nos casos de síndrome respiratória aguda grave, hoje majoritariamente provocados pelo vírus Sars-CoV-2.

O progressivo abandono das medidas não farmacológicas no país reforça ainda mais a importância das vacinas na contenção do coronavírus. Se aproximadamente 80% da população já completou o esquema vacinal primário, a primeira dose de reforço ainda não ultrapassou os 55%.

Causa especial preocupação a imunização infantil. Embora a Anvisa tenha autorizado a vacinação de crianças de 3 e 4 anos há um mês, somente nesta semana o Ministério da Saúde anunciou a compra de 1 milhão de doses para essa faixa etária, as quais devem ser entregues apenas em meados de setembro. Estima-se que são necessários ao menos 7 milhões para dar conta desse grupo.

A nova omissão da pasta vem atravancando as campanhas voltadas a esse público. Até o momento, pouco mais de 260 mil crianças tomaram a primeira dose do imunizante —meros 4,7% do total.

Em dois anos, a Covid-19 causou mais que o triplo de vítimas entre os menores de 5 anos do que causaram meningite, difteria, sarampo, rubéola e outras dez doenças infecciosas juntas nos últimos dez.

É, pois, imperioso centrar esforços em campanhas para que um número maior de pessoas tome os reforços e vacine seus filhos —providência que, cada vez mais, vai se tornando a barreira protetiva fundamental contra a doença.

editoriais@grupofolha.com.br

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