Descrição de chapéu Governo Lula Eletrobras

Indefinições elétricas preocupam investidores

Estão em suspenso temas como destino das distribuidoras e reestatização da Eletrobras

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Alexa Salomão

É repórter especial em Brasília e foi editora de Mercado, é pós-graduada em Finanças pela UFRGS, com MBA pela FIA-FEA/USP.

Brasília

Semana que vem é maio. Quase metade do ano já foi. Decisões vitais no setor de energia permanecem no limbo. Quem conversa com investidores ouve que as poucas sinalizações do Ministério de Minas e Energia mais atrapalham do que ajudam.

A renovação das concessões de distribuição encabeça a lista de preocupações. Essas empresas são responsáveis pelo abastecimento das residências. Entre 2025 e 2031, vão vencer 20 concessões, em 12 estados. Cinco em São Paulo. As empresas precisam conhecer os critérios com ao menos 18 meses de antecedência.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, cumprimenta o presidente Lula em Brasília - Gabriela Biló - 17.mar.23/Folhapress - Folhapress

Os interlocutores do ministério têm dito que as concessões pertencem ao Estado. Podem voltar ao poder concedente para que ele faça o que bem quiser. Ou seja, é o aviso de que a renovação pode ocorrer, mas mediante alguma contrapartida que até agora ninguém deixou claro qual seria.

O tema é coisa para divã no setor. Há um trauma sobre a questão desde que a gestão de Dilma Rousseff antecipou a renovação exigindo redução da tarifa de energia na base da canetada.

Eletrobras é outro tema sensível. O presidente Lula questiona a capitalização. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já disse que o governo tem o direito de judicializar a questão. Foi instalada uma frente parlamentar para tratar da reestatização. A Advocacia-Geral da União busca uma alternativa para ampliar o poder estatal na companhia.

O jurídico da Eletrobras testou todos os piores cenários e acredita ser remota a chance de revisão. Ainda assim aconselhou que a empresa reportasse o risco aos investidores no mercado americano.

O MME também não concluiu um trabalho iniciado na gestão bolsonarista: negociar a suspensão de contratos de um leilão emergencial de térmicas a gás que custariam quase R$ 40 bilhões aos consumidores. O Tribunal de Contas da União assumiu o papel. Ainda assim, não está claro se o desfecho vai beneficiar quem paga a conta de luz.

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