Desempenhando papel essencial entre as primeiras experiências de interação social não familiar do ser humano, a escola tem participação ativa na formação do indivíduo, contribuindo, para além da educação formal, com elementos relevantes para o alcance da condição de cidadão ativo e participante da construção do país.
Desde os primeiros anos escolares, é dentro das instituições de ensino que os alunos têm a oportunidade de vivenciar relações estruturadas a partir do convívio com seus pares e também relações hierárquicas que, invariavelmente, estarão presentes durante toda a sua vida na forma de, por exemplo, filas, horários, leis e demais regras que norteiam a convivência.
Tendo em vista que, mais e mais, as escolas recebem involuntariamente encargos de formação ética e moral, desde os elementares "por favor e "muito obrigado", as atribuições profissionais na área expandiram-se para muito além do ensino. Nessa esteira, a proposta dos colégios cívico-militares, no caso do Paraná, tem sido a de formar pessoas íntegras, comprometidas e capazes de trabalhar em equipe.
A partir da fixação de valores de respeito e disciplina como atitudes naturais, a conduta do estudante dentro e fora do universo escolar resulta na formação do caráter cívico.
As escolas cívico-militares vêm apresentando melhora significativa no desempenho acadêmico, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Em 2021, registraram índices 84% mais altos em relação a 2019.
E o Paraná, que tinha em 2019 sete escolas cívico-militares, terá 206 até o final deste ano. E nunca é demais lembrar que o Ideb, principal balizador da qualidade da educação, colocou o Paraná como a melhor educação do Brasil. Saímos da sétima posição no Ideb para o primeiro lugar, também com o trabalho da nossa rede cívico-militar.
O governador Ratinho Jr. (PSD-PR) enfatiza sempre que preconceito e educação não combinam, e a escolha do rumo educacional dos filhos é de livre iniciativa dos pais. Não por acaso, a rede estadual de ensino dispõe de múltiplas modalidades pedagógicas. Em síntese: a opção é da família. Além disso, é a comunidade que define se o modelo da escola deve ser integral, cívico militar ou convencional.
O fato é que o aprendizado não se constrói sozinho. Se queremos que os estudantes desenvolvam critérios de organização para suas vidas, fornecer as orientações para o alcance de tal objetivo será necessário, pois investir em autonomia sem o estabelecimento dos critérios para o seu exercício é mera insensatez. No dia a dia, por exemplo, o respeito a ações simples, como cumprir horários, favorecem o processo de ensino. Não há como discordar: respeito e disciplina são indicadores de qualidade da educação.
A rede não exige processo seletivo para o ingresso nas escolas cívico-militares. Outro recorte: 30% de seus alunos pertencem a famílias beneficiárias do programa Bolsa Família.
É imprescindível uma visão equilibrada para dissociar a presença dos militares inativos voluntários entre a comunidade escolar. A responsabilidade deles tem sido a de estimular a amizade e a solidariedade entre os alunos, atuando no desenvolvimento de atitudes e valores consoantes às demais áreas da instituição de ensino.
Nunca é demais ressaltar que o ensino formal em sala permanece —ao contrário do que muitos pregam— sob a égide de equipes gestoras, compostas por grupos diretivos e pedagógicos que, por sua vez, são formados por profissionais concursados da rede estadual.
Assim, embora o Paraná respeite a decisão da União, optamos pela continuidade do modelo pedagógico no Estado baseado em resultados efetivos e pela aprovação da própria sociedade. O nosso foco será sempre o desenvolvimento do estudante, de modo que estejam preparados para o futuro, sem deixarmos espaços para qualquer tipo de proselitismo político-ideológico.
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