VÁRIOS AUTORES (nomes ao final do texto)
Cara doadora e caro doador,
Em junho de 2021 o Brasil chegava à trágica marca de 500 mil mortes por Covid-19. Meio milhão de vidas perdidas em consequência de uma desastrosa política de (não) enfrentamento da pandemia que ainda levaria à morte milhares de brasileiros nos meses seguintes.
Foi nesse contexto que nasceu o projeto do Museu Brasileiro da Pandemia. Iniciativa voluntária de um grupo de profissionais de diversas áreas, a proposta foi criar uma entidade com a missão de recuperar, preservar e difundir a memória sobre aquele período, promovendo o reconhecimento das vítimas e refletindo sobre as causas e consequências das políticas em vigor.
Estruturado sobre os eixos memória, ciência e responsabilidade, o museu foi sonhado como um lugar de encontro e reflexão. Um centro de referência para quem testemunhou a tragédia e também para as gerações futuras. Um lugar onde se poderia conhecer a história para não a repetir.
Ao longo de dois anos, trabalhamos para colocar de pé uma instituição que funcionaria inicialmente no plano virtual e depois ganharia estrutura física. O grupo inicial de fundadores, que assina esta carta, passou a constituir o conselho deliberativo do museu. A esse grupo juntaram-se colaboradores que se sensibilizaram com o projeto e deram origem a um conselho consultivo. Com o apoio da plataforma Benfeitoria, foi feita uma campanha de financiamento coletivo para tornar possível a constituição jurídica da entidade e a realização de serviços de gestão e produção culturais, divulgação do projeto e captação de recursos.
Estávamos nesse investimento quando veio a público a decisão do governo federal de criar seu próprio Memorial da Covid-19. Nas palavras da ministra da Saúde, Nísia Trindade, "o Governo Federal fará no Centro Cultural do Ministério da Saúde, no Rio, um memorial para que a Covid-19 e a postura desastrosa do governo passado em relação à pandemia não sejam esquecidas".
Celebrando a decisão de constituir na esfera pública esse centro de memória, entendemos que o Museu Brasileiro da Pandemia deveria encerrar suas tentativas de captação e deixar com o governo federal a missão de levar adiante esse sonho que é da sociedade brasileira e que merece se concretizar.
Em 30 de outubro de 2023, enviamos uma carta em que nos colocamos à disposição da ministra e de seu gabinete para colaborar, com todo o empenho, com a nova instituição que se desenha.
Esta carta é um agradecimento a todos os que colaboraram com o sonho. E é também uma prestação de contas a quem não só torceu pelo projeto como doou tempo e dinheiro a ele.
Neste momento, o Conselho do Museu Brasileiro da Pandemia se dissolve como instituição, mas segue ativo como um grupo de cidadãos e cidadãs dispostos a ver um Brasil que cuide melhor de sua saúde e de sua memória.
As informações sobre como foi usado o dinheiro arrecadado campanha podem ser encontradas no site do Museu: www.museubrasileirodapandemia.org.br
Nosso muito obrigado a todos e todas.
Ana Cláudia Souza
Bernardo Bibancos
Clara Ramírez Barat
Fabio Bibancos
Francis Reisdörfer
Leandro dos Santos Magalhães
Leonardo Ganzarolli
Marília Bonas
Marlon A. Weichert
Micheline Alves
Mônica Bouqvar
Rodrigo Stabeli
Stanley Valeriano da Silva
Membros do Conselho deliberativo do Museu Brasileiro da Pandemia
TENDÊNCIAS / DEBATES
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