"Anotem este nome: Lygia Fagundes. Será o de uma grande novelista." Foi isso que anunciou o crítico do jornal Folha da Manhã, em novembro de 1938, pouco após a publicação de "Porão e Sobrado", o primeiro livro da escritora, morta nesta semana, aos 98 anos.
A previsão do sucesso de Lygia feita pelo crítico estava correta. A escritora é uma das autoras mais reconhecidas da língua portuguesa e uma das imortais da Academia Brasileira de Letras, a ABL, instituição da qual ela era integrante desde 1985.
Autora de sucessos como "Ciranda de Pedra e "As Meninas", Lygia foi celebrada em vida com quatro Jabutis, o principal prêmio literário do Brasil, e com um Camões, o maior da língua portuguesa. Ela também conseguiu uma popularidade rara para quem escreve ficção no Brasil.
O Expresso Ilustrada desta semana relembra a vida e a carreira da escritora, além de explicar a importância de suas obras para a literatura nacional.
O programa ouviu Luisa Destri, especialista em literatura brasileira e coautora de "Eu e Não Outra - A Vida Intensa de Hilda Hilst", Lúcia Telles, neta da escritora, e Júliãn Fuks, fã de Lygia e autor do premiado "A Resistência".
"Existe uma grande precisão vocabular, uma construção de sentido muito específica e rica [nas obras de Lygia]", disse Fuks. "Ela deixa livros magníficos, particularmente os contos, algo que tem muita força, uma qualidade impressionante. Em tempos recentes, os contos têm perdido espaço, as pessoas estão muito mais interessadas em romances, narrativas longas, mas Lygia é uma grande expoente dos contos nacionais."
Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação é da Marina Lourenço, que também assina o roteiro com Carolina Moraes.
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