O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu, já nos primeiros dias de mandato, recuperar as estruturas que se dedicam à memória da ditadura militar. Na gestão de Jair Bolsonaro (PL), que sempre exaltou o regime, elas foram desvirtuadas, como no caso da Comissão de Anistia, ou extintas, a exemplo da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos.

Em seu discurso de posse, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, destacou a missão, e já em janeiro o governo recompôs a Comissão de Anistia, afastando militares indicados pela gestão anterior e nomeando perseguidos pelo regime e figuras ligadas à defesa da memória.

Na prática, os grupos precisarão enfrentar desafios como o orçamento limitado e uma equipe enxuta para o volume de revisões de pedidos indeferidos nos governos Bolsonaro e Michel Temer (MDB) —a estimativa é de mais de 4.000 julgamentos.

O trabalho foi colocado como prioridade. Em 30 de março, na primeira sessão da Comissão, quatro casos simbólicos foram analisados e terminaram com a anistia de Ivan Valente, José Pedro da Silva, Romário Schettino e Claudia de Arruda Campos.

A história da professora Claudia, classificada como "terrorista sanguinária", permeia o episódio desta sexta (28) do Café da Manhã. Carolina Moraes, repórter da editoria de Podcasts, conversou com pessoas envolvidas na Comissão de Anistia e em outras frentes dedicadas à justiça de transição e conta como o Estado já lidou com a reparação às vítimas da ditadura e o que o atual governo pretende ao recompor essa estrutura.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio, conduzido e produzido por Carolina Moraes, é apresentado pelas jornalistas Gabriela Mayer e Magê Flores, com produção também de Laila Mouallem. A edição de som é de Thomé Granemann.