Um engano tecnológico causado pelo efeito de medicamentos na saída de uma internação hospitalar foi a justificativa apresentada por Jair Bolsonaro (PL) para publicar nas redes sociais um vídeo de teor golpista dois dias depois dos ataques às sedes dos Três Poderes.

Ela foi apresentada em depoimento do ex-presidente nesta quarta (26) à Polícia Federal, no âmbito de um inquérito que investiga o 8 de Janeiro. Suspeito do crime de incitação, Bolsonaro é alvo da frente que apura mentores intelectuais dos ataques —outras miram responsáveis pelo vandalismo, financiadores e autoridades que se omitiram nas ações.

Desde que o ex-presidente voltou ao Brasil de uma temporada nos EUA, essa foi a segunda vez que ele compareceu à PF para ser ouvido. Bolsonaro é alvo ainda de outras ações, em especial na Justiça Eleitoral, nas quais seu longo histórico de declarações golpistas também abastece o trabalho da acusação —sob esse pano de fundo, a alegação da defesa nesta quarta virou meme nas redes sociais.

Ainda nesta quarta, o Congresso instalou uma CPI mista que também deve investigar a ofensiva contra a democracia. O governo articula para manter cargos centrais da comissão, na tentativa de fazer do ex-presidente um alvo dos trabalhos.

O Café da Manhã desta quinta (27) analisa a estratégia adotada por Bolsonaro no depoimento à PF e explica as pressões políticas que cercam o ex-presidente. O editor da coluna Painel, da Folha, Fábio Zanini, também discute como esse caso impacta os outros processos de que o político é alvo.

O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.

O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes e Laila Mouallem. A edição de som é de Thomé Granemann.