O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concluiu na sexta-feira (14) sua visita à China. A viagem, que precisou ser remarcada depois de o petista ter tido uma pneumonia no final de março, era cercada de altas expectativas —Pequim é o maior parceiro comercial do Brasil e, a exemplo de outros países, acumulou atritos com o governo passado, de Jair Bolsonaro (PL).
Lula voltou com uma série de acordos assinados, que podem somar R$ 50 bilhões de investimento, mas foram outros pontos que se destacaram na agenda do presidente em Xangai e Pequim: a não adesão formal à Iniciativa Cinturão e Rota e uma fala sobre o Banco do Brics servir de ponte para contornar o dólar no comércio entre os países.
As duas situações chamaram a atenção para as relações diplomáticas com outros atores, como os EUA —Washington se preocupa com o avanço da influência chinesa na América Latina e a associação de Pequim à Rússia.
Nos encontros com autoridades como o líder Xi Jinping, porém, Lula realçou a disposição de construir uma parceria estratégica, num contexto de reequilibrar a geopolítica mundial. Ainda assim, a principal aposta dele nesse campo, o chamado clube da paz para mediar o fim da Guerra da Ucrânia, não foi nem citada na declaração final dos dois governos.
O correspondente da Folha na Ásia, Nelson de Sá, acompanhou a viagem. No Café da Manhã desta segunda (17), ele explica por que algumas expectativas foram relegadas a um segundo plano e analisa os simbolismos e os sinais da visita de Lula.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann e Laila Mouallem.
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