O índice máximo de reajuste nos planos de saúde individuais, anunciado na segunda-feira (12) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foi recebido com críticas dos dois lados envolvidos na equação. A situação voltou a destacar a crise que se desenha no setor —agravada pela pandemia de Covid.
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) disse que o reajuste de 9,63% "extrapola o limite do razoável", porque é 67% maior do que a inflação acumulada em 2022. Já a Associação Brasileira de Planos de Saúde alegou que o valor está "aquém das reais necessidades de recomposição de custos"; a Abramge esperava algo entre 10% e 12%.
Outra preocupação das empresas são as fraudes, que podem ter gerado perdas de R$ 3,5 bilhões entre 2019 e 2022, segundo uma estimativa não oficial do setor. Ainda que não haja um número preciso das irregularidades, os planos examinam o salto nos pedidos de reembolso no período, que foi bem acima do crescimento das despesas assistenciais.
No lado dos clientes, a Folha também mostrou casos de planos coletivos cancelados de forma unilateral pelas operadoras. Em São Paulo, o Ministério Público instaurou um inquérito para apurar ocorrências do tipo envolvendo a Unimed; a empresa diz que a rescisão unilateral está prevista em contrato.
O Café da Manhã desta quarta-feira (14) analisa o que está por trás da crise nos planos de saúde hoje no Brasil e conta como isso impacta o consumidor. A repórter Claudia Collucci discute o que fundamenta as reclamações de pacientes e operadoras.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Priscila Camazano. A edição de som é de Thomé Granemann.
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