O Censo 2022 traçou um retrato populacional inédito ao perguntar aos brasileiros se eles se consideram quilombolas. Com base nessa autodeclaração, o IBGE aponta que 1,3 milhão de pessoas constituem esse grupo hoje no país —0,61% do total dos habitantes.
As comunidades estão espalhadas por quase 1.700 municípios, a maioria no Nordeste. Segundo o instituto, há 494 comunidades com alguma delimitação territorial formal, número que sintetiza uma das principais demandas dos quilombolas hoje: a titulação de terras.
A história dos quilombos no Brasil remonta ao período colonial; os registros das primeiras comunidades são da década de 1570. Os agrupamentos eram construídos em locais de difícil acesso, para reunir e abrigar pessoas escravizadas que fugiam da violência praticada por portugueses e descendentes.
As comunidades foram mantidas mesmo após o fim da escravidão, consolidando-se como relevante espaço do movimento negro e um dos desafios da questão agrária no Brasil. Com o mapeamento de agora feito pelo Censo, os grupos esperam ter um reforço na luta por mais atenção do Estado —uma promessa do governo Lula (PT).
O episódio desta sexta-feira (28) do Café da Manhã debate o perfil da população quilombola e analisa o estado das políticas públicas voltadas a ela. O podcast fala com Tayguara Ribeiro, repórter da Folha e coordenador da série de reportagens Quilombos do Brasil, feita em parceria com a Fundação Ford.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelas jornalistas Magê Flores e Gabriela Mayer, com produção de Priscila Camazano, Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Raphael Concli.
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