Sob a pressão de críticas que apontam para a ausência de ações coordenadas na área de segurança pública, o governo federal lançou nesta segunda-feira (2) um pacote de medidas para tentar frear a ação do crime organizado no país. O Ministério da Justiça estima investir R$ 900 milhões até 2026, e de forma imediata Flávio Dino liberou R$ 20 milhões para a Bahia e autorizou o uso da Força Nacional no Rio de Janeiro.
O ministro rebateu cobranças e afirmou haver planejamento e ação —que conseguiram, por exemplo, ajudar a frear a escalada de violência no Rio Grande do Norte em março. Mas analistas avaliam que falta ao governo Lula (PT) uma marca na área que vá além de ações emergenciais de ajuda aos governadores, responsáveis diretos pela segurança pública.
Um dos tetos de vidro está justamente na crise na Bahia, estado governado há quase 20 anos pelo PT; o governo federal tem evitado críticas à gestão Jerônimo Rodrigues. Nesse contexto, pesa o que é visto como diferença nas falas sobre, por exemplo, a Operação Escudo, no litoral de São Paulo, na qual também há denúncias de abusos das forças de segurança —o estado é governado pelo bolsonarista Tarcisio de Freitas (Republicanos).
O Café da Manhã desta terça-feira (3) discute como crises de segurança nos estados impactam o governo federal e analisa a dimensão política da falta de ações coordenadas para a área. O podcast entrevista Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes, Laila Mouallem e Victor Lacombe. A edição de som é de Thomé Granemann.
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