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29/07/2012 - 05h00

Na campanha, Russomanno liga máquina de promessas

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RODRIGO VIZEU
DE SÃO PAULO

Ao receber o candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) na terça-feira, o empresário Antonio Cimino, dono de um jornal de bairro da zona leste, reclamou que só ganha "migalhas" em anúncios da Prefeitura de São Paulo.

No ato, o candidato respondeu: "Informes publicitários da prefeitura sairão em jornais de bairro".

Danilo Verpa/Folhapress
Celso Russomanno PRB)em festa julina
Celso Russomanno PRB) em festa julina em Água Branca

O que levou o empresário a comemorar. "Se você faz parceria conosco, é notícia sua toda eleição."

No dia seguinte, o candidato deixou reunião com uma associação de shoppings dizendo que, se muitos são irregulares, é culpa da prefeitura. Se houve corrupção, "não são os empreendedores que têm que pagar".

Ao longo da semana que passou, essa foi a rotina de Russomanno: prometeu o que fosse pedido em encontros com engenheiros, feirantes, operários e idosos.

No caminho para uma reunião com taxistas, o presidente estadual do PRB, Vinicius Carvalho, aconselha: "Acho melhor não falar sobre aquele assunto, você sabe...".

Dizer o que o eleitor quer ouvir ajuda na imagem popular de Russomanno, que a despeito do descrédito de adversários se sustenta em empate técnico com José Serra (PSDB) na liderança da disputa --26% das intenções de voto contra 30% do tucano.

Suas intenções de voto são maiores em regiões pobres. A campanha vê como desafio dele, que ganhou fama apresentando programas populares na TV, conquistar a elite.

O ex-deputado Conte Lopes (PTB), candidato a vereador que está sempre com Russomanno, avalia ainda que ele deve atrair o eleitor malufista, embora Paulo Maluf tenha fechado com o PT.

"Tem um eleitorado forte que quer segurança, tranquilidade e viver na lei que não vota em PSDB e PT", diz.

A segurança habita as promessas do candidato, que quer dar força à Guarda Municipal. O tema foi um dos focos de seus quatro mandatos na Câmara dos Deputados.

UNIVERSAL

Russomanno tem perfil personalista, sem laços duradouros com os principais grupos políticos. Passou por PFL, PSDB e PP, de onde saiu após briga de espaço com Maluf.

Agora no nanico PRB, divide decisões com os dirigentes da sigla, ligados à Igreja Universal e à Rede Record, emissora em que o candidato apresentava quadro sobre direitos do consumidor.

A ligação com a igreja é uma das coisas que Russomanno rechaça em uma campanha marcada por negações. Ele nega que que tenha crescido graças à exposição na Record, nega que vá cair com o início da propaganda de TV e, mais recentemente, nega pacto de não agressão com Serra para isolar o PT.

As negativas vêm mesmo sem provocação. A uma plateia na quinta, o aliado Campos Machado (PTB) lembrou, em discurso, que Russomanno é católico.

"Começam a dizer que ele é candidato de uma respeitabilíssima igreja, como se isso fosse pecado."

A relação com a Universal fica clara, por exemplo, pela campanha na rua ser animada pela Força Jovem, grupo da igreja. Em um deles, um líder grita: "Reúne aqui, Força Jovem! Digo, PRB Jovem!". Um adolescente pergunta: "O que é PRB?".

Se o presente pede atenção, o passado, também. No encontro na zona leste, o empresário Cimino promete uma coletânea de reportagens sobre quando Russomanno, 56, apresentava o programa "Circuito Night and Day", no qual entrevistava modelos e mergulhava na noite da São Paulo dos anos 80.

Russomanno pede: "Calma, só vou te pedir para esperar terminar a campanha".

 

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