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04/08/2012 - 04h15

Análise: Debate eleitoral desperta mesmo interesse de jogo da 4ª divisão

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RANIER BRAGON
EDITOR-ADJUNTO DE PODER

Se alguém alimentava expectativa em relação ao debate de anteontem dos candidatos a prefeito de São Paulo, as duas horas e meia do confronto na TV Bandeirantes evidenciaram mais uma vez as limitações desse formato.

Oito candidatos se espremeram em uma camisa de força de cronômetros e regras, algumas delas exigidas pelas próprias campanhas.

Serra e Haddad polarizam debate sobre taxas e finanças da prefeitura em SP

Em nome do equilíbrio, a lei obriga as TVs a chamar nanicos e exóticos de sempre e a dar a eles peso similar ao dos grandes partidos.

Ou seja, como ocorreu anteontem, o telespectador é obrigado a ouvir Levy Fidelix (PRTB) --bienalmente candidato a presidente, governador, deputado, prefeito, vereador-- desfraldar propostas que muito provavelmente terão peso nulo na campanha.

E a testemunhar José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) direcionar perguntas a Levy, como se, longe de tentar escapar do confronto, estivessem de fato interessados em ouvir as opiniões do candidato do PRTB.

Além dos problemas de formato, debate a dois meses das eleições e concorrendo com julgamento do mensalão e Olimpíada tem pouquíssima chance de atrair atenção.

É como um duelo entre Cerâmica (RS) e Cianorte (PR), que no mês passado reuniram 50 pagantes em um jogo da 4ª divisão do Brasileirão.

A todas esses obstáculos junta-se o comichão de classificar qualquer crítica ou ataque mais contundente entre adversários como "baixaria".

O que conspira para debates "chatérrimos", como o do Rio --também ocorrido anteontem--, na visão de um dos próprios participantes, o prefeito Eduardo Paes (PMDB).

Ao contrário da maioria do eleitorado, candidatos e marqueteiros dão importância a debates a essa altura do ano.

É a oportunidade para testarem na praça, a poucos dias do começo do horário eleitoral na TV, promessas e vacinas contra ataques.

Haddad, por exemplo, repetiu o discurso de que faz aliança "com partidos", não com pessoas, quando o assunto é Paulo Maluf. E, em época de mensalão, que deu aula de ética na USP.

Serra empilhou números produzidos pela gestão iniciada por ele e sucedida por Gilberto Kassab, discurso que usará para tentar minimizar a alta rejeição do prefeito.

Há mais seis debates previstos até o primeiro turno. A favor deles conta o fato do aumento do interesse com a proximidade do pleito e a tentativa de organizadores de, quando possível, limitar participantes e suavizar regras.

 

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