'Seria indelicadeza com o dr. Meirelles' discutir chapa, diz Alckmin

Pré-candidato do PSDB ao Planalto disse em evento com trabalhadores que momento é de 'construir pontes'

Os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) em evento da UGT nesta sexta-feira (27)
Os pré-candidatos Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) em evento da UGT nesta sexta-feira (27) - Mastrangelo Reino/Folhapress
Anna Virginia Balloussier Géssica Brandino
São Paulo

Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin disse que "seria até indelicadeza com o doutor Meirelles" discutir a esta altura do campeonato a possibilidade de formar uma chapa com o ex-ministro da Fazenda. 

Henrique Meirelles, que trocou PSD por MDB para viabilizar uma candidatura própria, é pré-candidato "de um partido grande", disse o ex-governador nesta sexta-feira (27). O tucano, contudo, não descartou uma eventual parceria. Disse a jornalistas que o momento "é de diálogo" e de "construir pontes". 

O ex-prefeito e colega de PSDB João Doria já havia dito, na véspera, que Meirelles era um nome a ser considerado para uma coalização PSDB-MDB. O partido do presidente Michel Temer estuda apoiar um nome de centro —como Alckmin ou Flávio Rocha (PRB)— caso nenhum emedebista (Meirelles ou o próprio Temer) alcance 10% dos votos até junho. 

Disputando pela segunda vez o Palácio do Planalto (perdeu para Lula em 2006), Alckmin minimizou sua posição em pesquisas eleitorais, que o colocam entre 6% e 10% das intenções de voto —abaixo de rivais da esquerda (Lula, Ciro Gomes) à direita (Jair Bolsonaro). 

"Vamos crescer na hora certa. Meu dever como médico [é anestesiologista] é saber como controlar o estresse." Na vida, segundo o tucano, há dois ansiosos crônicos: "O jornalista e o candidato".

Ele não quis comentar a expulsão de quadros partidários do PSDB que escolheram permanecer na gestão de Márcio França, vice que assumiu seu lugar no Palácio dos Bandeirantes e hoje rivaliza com Doria na eleição estadual. 

Alckmin se limitou a dizer que conversará com o presidente do PSDB-SP, Pedro Tobias, e que o assunto será tratado a portas fechadas. "Mario Covas me ensinou que não se faz política pela imprensa." 

O ex-governador iniciou uma rodada de conversas entre presidenciáveis e líderes sindicais da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em um hotel na região central paulistana. Ciro (PDT), Marina Silva (Rede), Aldo Rebelo (SD ) e Guilherme Afif (PSD) também estão escalados para o dia.

Alckmin foi apresentado como "alguém que gosta do cheiro do povo" por Ricardo Patah, presidente da UGT. Encontrou, contudo, resistência da plateia —que aplaudiu efusivamente quando um dos seus perguntou como o tucano controlaria "um partido que vota sempre contra o trabalhador". 

"Isso é sectarismo, maniqueísmo partidário", rebateu o convidado, que prometeu falar sempre "a verdade, a verdade e a verdade".
 

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