Descrição de chapéu

Governador de SP lidera negociação com caminhoneiros, mas avança sinal

França foi ágil ao desmobilizar grevistas, mas escorrega em exageros

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São Paulo

Encastelado nos cinco primeiros dias da greve dos caminhoneiros, quando saiu do seu gabinete no Palácio dos Bandeirantes, na sexta (25), o governador Márcio França (PSB) gostou do vento no rosto, mas avançou o sinal.

Candidato à reeleição desconhecido por 81% da população paulista, o governador avistou a avenida vazia e assumiu a frente de negociações com grevistas no estado. 

Com habilidade e rapidez, identificou motoristas desvinculados de sindicatos que comandavam a paralisação. Conseguiu tirar várias dezenas de caminhões das rodovias paulistas em 24 horas. 

Chegou perto de fechar um acordo que, prometeu, teria repercussão nacional. Os motoristas com quem negociava, disse, tinham influência sobre colegas de outros estados. 

Horas depois, seus perfis nas redes já tinham sido inundados por postagens  glorificando sua atuação na greve. Ou supostamente o glorificando. Ele retuitou publicação de que alguém que se disse “chocado, o governador é a cara do Victor & Leo”. Depois apagou.

No domingo (26), Michel Temer (MDB) sentiu o protagonismo do governador. Quando França ensaiava o discurso em que anunciaria a volta à normalidade, o presidente freou. Disse que não congelaria o preço do diesel por 60 dias, como exigiam os grevistas.

Horas depois, Temer foi à TV anunciar o congelamento do preço do diesel por 60 dias. 

França, que vem causando polêmicas sucessivas para ampliar sua visibilidade eleitoral, não quis sair de cena.

Em abril, propôs desatrelar a Polícia Civil da Secretaria de Segurança Pública. Em maio, entregou flores à policial que matou um ladrão na porta da escola da filha. Agora, no caos da paralisação, pisou no acelerador. O problema são as lombadas.

Na manhã desta terça (29), enquanto o governador anunciava a retomada do abastecimento de combustível, tropas  policiais entravam na maior refinaria da Petrobras, a Replan, em Paulínia (SP).
Por efeito da greve, 90% dos postos da região de Campinas estão secos, segundo o Recap, sindicato que representa 1.400 estabelecimentos. 

Também o Porto de Santos (SP) acumula prejuízos milionários em razão da paralisação.

Por fim, reconheceu o governador, os caminhoneiros paulistas não falam pelos colegas de outros estados. 

Vale a máxima das estradas. Na dúvida, não ultrapasse.

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