A maioria dos leitores da Folha aprovou a reforma gráfica implantada pelo jornal na versão impressa no último dia 20. À ocasião, as fontes foram reformuladas e reportagens, páginas e cadernos ganharam nova lógica e ordenamento.
As principais mudanças notadas envolvem layout de páginas e fonte --40% apontaram variação no tamanho das letras, sendo que 27% as consideraram menores, e 13%, maiores. No total do leitorado que identificou novidades, 41% acharam a leitura da fonte mais fácil e 20%, mais difícil.
A nova fonte tem o mesmo corpo (11 pontos) e altura que a anterior. Mas as letras agora têm mais espaço interno e menor espessura, o que facilita a leitura, mas pode dar a impressão de mudança no tamanho.
O levantamento foi realizado entre os dias 2 e 5 deste mês pelo Datafolha, por telefone, com 620 leitores de todas as regiões do país, que leem o jornal pelo menos uma vez por semana. A amostra foi selecionada aleatoriamente.
Do total, 74% notaram alguma mudança na Folha e 26%, não. Para a editora de Imagem do jornal, Thea Severino, uma das coordenadoras da reforma gráfica, o índice é positivo.
"Um dos objetivos era que não houvesse ruptura, mas evolução. Vejo, assim, com alegria que 3 entre 10 leitores não tenham notado." Segundo ela, testar novos formatos ainda no projeto anterior pode ter atenuado a transição gráfica.
Entre os que notaram diferenças gráficas, 57% consideram que o aspecto visual do jornal melhorou, 18%, que ficou igual, e 23%, que piorou. De modo geral, 74% consideraram que a Folha ficou boa ou ótima, 20%, regular e 8%, ruim ou péssima.
Quatro em dez desses leitores afirmaram que desde 20 de abril ficou mais fácil de ler o jornal, quatro não apontaram diferença e dois consideraram a leitura mais difícil.
O levantamento também abordou a nova disposição do conteúdo na versão impressa do jornal. Entre aqueles que indicaram mudanças, 40% aprovaram a organização pós-reforma; 11% a criticaram.
Designer americano
Nesta sexta (11), o designer americano de origem cubana Mario Garcia publicou em seu blog texto comentando o novo projeto da Folha. Ele já assinou redesenhos de jornais como The Wall Street Journal, Libération e a própria Folha (2006).
"Não foram mudanças drásticas, o design evoluiu. [A Primeira Página continua] eficiente, mas talvez menos pictórica do que os editores queriam quando redesenhamos o jornal em 2006", escreveu.
Garcia destacou a correspondência entre o visual da versão impressa e o das digitais, que passaram por mudança em fevereiro.
"Estamos felizes de ver que a Folha continua a evoluir visualmente. As fundações visuais que criamos se fortaleceram."
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