Descrição de chapéu jornalismo

Pré-candidato do PT Luiz Marinho erra ao falar das reservas de água de SP

A Agência Lupa checou algumas das declarações do petista na sabatina

Luiz Marinho, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, participa de sabatina
Luiz Marinho, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, participa de sabatina - Carine Wallauer/UOL
São Paulo | Agência Lupa

Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, foi sabatinado por Folha, UOL e SBT nesta segunda (28). A Lupa checou algumas das declarações do petista:

“O reservatório da Cantareira, neste momento, está abaixo do que estava quando iniciou a crise [hídrica], em 2015”
FALSO A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) informou que na segunda (28) os quatro reservatórios do sistema operavam com 46,7% da capacidade. A crise hídrica a que Marinho se refere começou em 2014. Em 1º de fevereiro daquele ano, o Sistema Cantareira operava com 21,9% da capacidade. A assessoria de Marinho disse que ele se referia a dados da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU). Segundo a entidade, quando “surgiram os primeiros alertas de crise hídrica”, o volume do Sistema estava em 61,5%.

“A polícia de São Paulo é a que mais morre nos confrontos (...)”
FALSO
 Os dados mais atualizados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em 2017 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que a polícia que mais morreu e mais matou em confrontos foi a do Rio de Janeiro. Em 2016, foram 132 policiais —entre civis e militares— mortos. Em São Paulo, 80. O pré-candidato disse que o número de operações no Rio é maior e que não é correto comparar os dois estados.

“Nós [do PT] geramos 22 milhões de empregos com carteira assinada no governo Lula”
EXAGERADO
 Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostram que, durante o governo Lula (de 2003 a 2010), houve um saldo positivo de 11,3 milhões de empregos criados. Se considerado também o governo Dilma Rousseff (2011 a abril de 2016), o número chega a 14,1 milhões. A assessoria do pré-candidato disse que ele queria dizer dos governos petistas e sustentou que dados do Ministério do Trabalho mostram um saldo de 20 milhões nos governos petistas. 

“De 2014 para cá [2018], mais de 14 milhões [de empregos com carteira assinada] foram eliminados”
EXAGERADO
 A perda, segundo o Caged, foi bem menor do que a mencionada por Marinho. Entre outubro de 2014 e abril de 2018, o saldo negativo foi de 3,1 milhões de vagas. A maioria —2,4 milhões— foi fechada durante a gestão Dilma. O saldo do governo Temer, até abril de 2018, é de 627,4 mil vagas fechadas. Marinho disse que os dados mais recentes do IBGE mostram que havia 13,7 milhões de desempregados no primeiro trimestre. O dado está correto, mas o total de desempregados não é o mesmo que o de empregos com carteira assinada perdidos.

“Nós [do PT] estamos recebendo, a cada dia, novas filiações”
VERDADEIRO, MAS
 Informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que, entre dezembro de 2017 e abril de 2018, o PT, de fato, teve um saldo positivo de filiações. Mas esse número é pequeno frente ao total de 1,6 milhão de filiados. Em 2018, a sigla teve 4.207 novas associações.

Chico Marés, Clara Becker e Natália Leal
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