Descrição de chapéu Eleições 2018

Sem imagem de Temer, Skaf é oficializado como candidato do MDB ao governo de SP

Presidente licenciado da Fiesp esteve ao lado de Meirelles e apostou no discurso de diversidade

Joana Cunha
São Paulo

Sem expor nenhuma imagem nem citar o nome do presidente Michel Temer, a convenção do MDB oficializou a candidatura de Paulo Skaf ao governo de São Paulo neste sábado (28). 

Apenas no fim do evento, ao serem questionados por jornalistas sobre a ausência do presidente impopular no palanque, Skaf e o pré-candidato do partido ao Planalto, Henrique Meirelles, desconversaram.

"A decisão de estar ou não [na campanha do MDB ao governo paulista] seria dele. Se ele não pôde estar, não há problema nenhum. A decisão é dele e eu não interfiro. Logicamente, foi convidado", disse Skaf.

Meirelles, por sua vez, tentou contornar, ao ser questionado sobre o risco de a impopularidade de Temer contaminar sua campanha. "Sou candidato do meu histórico. Fiz no governo do presidente Temer, com muito orgulho, a reforma trabalhista, o teto de gastos. E fui presidente do Banco Central no governo Lula, durante oito anos. Em qualquer oportunidade que eu fui para o governo, o país cresceu", disse. 

O tom da convenção já estava dado desde segunda-feira (23), quando a tenente-coronel da Polícia Militar Carla Basson foi anunciada como vice da chapa.

Diversidade foi o que o MDB Paulista quis mostrar também quando bateu o martelo, na sexta (27), sobre o nome de Maria Aparecida Pinto, conhecida como Cidinha, para disputar o Senado neste ano. Mulher e negra ela é presidente do MDB Afro de São Paulo e exalta o discurso de combate à violência doméstica. 

 

Outro nome feminino, no entanto, Marta Suplicy, permanece envolto em suspense.  A outra vaga que o MDB paulista disputará ao Senado neste ano está reservada para ela, que pediu, porém, até o próximo dia 4 para decidir se concorrerá ou não.  

Antes da abertura da convenção, no Clube Sírio, na capital, era o nome de Cidinha, e não o da ex-prefeita e atual senadora, que os militantes gritavam. 

Ao lançar Basson no início da semana, Skaf a descreveu como "moça de família boa" e "coronel suave". Entre outros sinais da intenção de lançar sua chapa como a de maior diversidade, também estavam presentes representantes do movimento LGBT a jogadora de vôlei Tiffany, candidata a deputada federal. 

"Só um homem com sensibilidade faria valer a voz das mulheres", disse Cidinha em seu discurso que, assim como a fala da vice Basson, focou as mulheres.

Também neste sábado, foi lançado o jingle do candidato. De ritmo acelerado e cheio de aliterações com o nome de Skaf, a música traz a mensagem "Skaf é compromisso, sua palavra tem valor".  O refrão pode ser interpretado como provocação ao rival João Doria (PSDB), que deixou a Prefeitura de São Paulo para disputar o governo neste ano. 

Por volta das 11h30, Skaf, que se licenciou da Fiesp (federação das indústrias) para disputar a eleição, chegou à convenção acompanhado do ex-ministro Henrique Meirelles, pré-candidato à Presidência pelo partido. Aparentemente desconfortável com o corpo a corpo típico dos eventos com eleitores, Meirelles pouco sorria enquanto era conduzido por um cordão de militantes até o palco. 

Já iniciado na campanha eleitoral, depois de concorrer duas vezes ao governo paulista, Skaf transpirava, sorria muito, abraçava e beijava os militantes. 

Enquanto aguardava a vez de seu discurso, já na boca do palco, Meirelles consultou o celular e fez ligações. Quando chegou a sua vez de falar, ensaiou uma dança tímida até ser puxado por Cidinha, que o fez remexer com mais desenvoltura num passo a dois. 

Ao discursar, Skaf mencionou reportagem da Folha sobre a falta de coligação do MDB.  "Isso não é verdade. Nós temos a melhor coligação. É a coligação do povo de São Paulo", disse ele. 

Mais tarde, ao fim do evento, disse a jornalistas que a falta de coligação o difere de todos os seus principais adversários, que "fizeram grande troca-troca para terem coligações oferecendo favores, cargos e loteando seus futuros governos". 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.