Descrição de chapéu Eleições 2018

Após registro, PT define primeiro campo de batalha no TSE: levar Lula à TV

Partido entrará com ação ainda nesta quarta para pedir que ex-presidente participe de debate na RedeTV!

Brasília

Após o registro da candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, o PT definiu o primeiro campo de batalha na Justiça Eleitoral e deve entrar, ainda nesta quarta-feira (15), com uma ação para pedir que Lula participe do debate da RedeTV!, que será realizado nesta sexta-feira (17). O pedido deve ser protocolado pelo ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão, advogado do ex-presidente.

O argumento da cúpula petista é que, enquanto a Justiça Eleitoral não declarar o ex-presidente inelegível, ele tem o direito de fazer todos os atos de sua campanha, debates entre candidatos incluídos.

A estratégia do PT é voltar toda a carga para tentar garantir que Lula esteja nos debates, agora como candidato registrado, e também na propaganda eleitoral de rádio e TV, com início em 31 de agosto.

Segundo os petistas, o prazo da Justiça Eleitoral é curto, de até 24 horas para dar as respostas aos pedidos, e, por isso, o partido deve protocolar diversas reivindicações. Além disso, as demandas eleitorais, agora, saem das instâncias em Curitiba, que vinham negando os diversos pedidos de Lula para conceder entrevistas e gravar vídeos, por exemplo.

Para o primeiro encontro dos presidenciáveis na TV, na semana passada, na Band, Lula foi convidado mas, preso em Curitiba, não compareceu. A emissora, porém, não aceitou que o candidato a vice na chapa, Fernando Haddad, representasse o ex-presidente.

O PT registrou Lula candidato nesta quarta (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a corte abrirá um prazo para que a candidatura do petista seja contestada —por qualquer outro candidato, partido político, coligação ou mesmo pelo Ministério Público.

Depois disso, a defesa do ex-presidente tem sete dias para se pronunciar. Pode haver espaço, ainda, para mais dias de audição de testemunhas e recolhimento de provas e outros para as alegações finais.

Os advogados de Lula tentarão estender o prazo ao máximo, mas avaliam que Lula será declarado inelegível até o início de setembro. Preso desde abril, o petista é condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro e deve ser impedido de concorrer em outubro com base na Lei da Ficha Limpa.

Dirigentes petistas avaliam que, quanto mais perto do primeiro turno se der a substituição de Lula pelo nome de Haddad, maior será seu poder de transferência de votos.

A tese é de que os militantes querem que Lula brigue até o fim para obter seu registro. E foi por isso que o ex-presidente usou exatamente essa expressão na carta que enviou para ser lida por Haddad no ato político em frente ao TSE nesta quarta.

"Não pretendo morrer, não cogito renunciar e vou brigar pelo meu registro até o final. Não quero favor, quero Justiça. Não troco minha dignidade pela liberdade", afirmou Lula.

O ex-prefeito de São Paulo, porém, tem medo que, com uma campanha mais curta, seu padrinho político não consiga repassar o espólio de seu eleitorado caso seja impedido de disputar a eleição e ele não decole.

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