Descrição de chapéu Eleições 2018

Bolsonaro se reúne com eleitoras em Porto Alegre

Presidenciável falou sobre propostas para reduzir a violência contra a mulher

Fernanda Wenzel
Porto Alegre

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) se reuniu com mulheres na manhã desta quinta-feira (30), em Porto Alegre, numa tentativa do presidenciável de reverter a alta rejeição que o capitão reformado do Exército tem entre o eleitorado feminino.

O candidato chegou à Casa do Gaúcho por volta das 11h30 e discursou por menos de um minuto, dizendo valorizar a importância da mulher: “Sou casado, tenho uma filha de sete anos de idade, que depois de quatro [filhos] homens mudou, sim, minha vida. E muito”, afirmou.

“Afinal de contas, entre um filho moleque, que a gente costuma muitas vezes falar um palavrão, dar um chute no traseiro dele, dar um pescoção, com a menina é diferente, isso amolece o nosso coração. Nos faz realmente pensar cada vez mais na importância de vocês [mulheres] e nos valores familiares". No ano passado, o candidato havia dito que "deu uma fraquejada" quando teve uma filha após ter quatro filhos.

Bolsonaro voltou a falar sobre suas propostas para reduzir a violência contra a mulher, como o porte de armas e a imposição da castração química para progressão de regime de condenados por estupro. Ele foi ovacionado por um público que buscava selfies e ouviu coro da plateia, que repetia “Só as mulheres”. Pelo menos um quarto dos presentes no Encontro de Bolsonaro com Mulheres, no entanto, era homem.

Candidato à Presidência, Jair Bolsonaro promove evento com mulheres em Porto alegre
Candidato à Presidência, Jair Bolsonaro promove evento com mulheres em Porto alegre - Diego Vara - 30.ago.2018/REUTERS

Mais tarde, em conversa com jornalistas, negou informação publicada pelo jornal Valor Econômico nesta quinta (30) de que as mulheres que trabalham em seu gabinete na Câmara dos Deputados ganha, em média, 31% a menos que os homens. "Não é verdade essa informação. E outra coisa, pega individualmente. Eu tenho mais mulheres do que homens no meu gabinete. Eu tenho oito mulheres e seis homens”.

Apesar da fama de machista, isso não afugenta eleitoras como a advogada Isabel, 52, que ecoa o discurso do deputado: "Trabalhei na iniciativa privada e sempre ganhei mais que meus colegas homens. Isso é uma questão de competência da mulher e do homem. Bolsonaro me representa como mulher e como família", afirma ela. "Eu vou votar no Bolsonaro porque quero poder sair na rua e não ser assaltada. Já fui assaltada quatro vezes".

O presidenciável também criticou a campanha publicitária do adversário Geraldo Alckmin (PSDB), que diz que "não é na bala que se resolve" os problemas do país. "Alckmin é um pacifista, desarmamentista", afirmou. “Ele deixe de andar com carro blindado e com segurança e daí eu acredito na proposta dele", disse o candidato do PSL.

Bolsonaro também atacou o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, ao falar sobre a ameaça recebida por uma colaboradora do PSOL em São Paulo, na quarta-feira. "Ele [Boulos] é um especialista em invadir propriedade, em levar terror à cidade. Ele tá acusando os outros do que ele faz".

O candidato do PSL também falou ainda sobre a crise dos refugiados venezuelanos que estão buscando oportunidades no Brasil. "Na fronteira, entra depois de uma triagem, e só se realmente forem refugiados. Aí pode entrar e agir de forma humanitária. Escancarar as fronteiras, ninguém deve ser escancarado”.  Finalizou criticando a imprensa: “A imprensa brasileira, em parte, é fake news. Não tem compromisso com a verdade e sim com grupos políticos que os apoiam”.

Bolsonaro esteve na capital gaúcha pelo segundo dia. Na quarta (29), visitou a feira agropecuária Expointer. Depois do encontro com o eleitorado feminino nesta manhã, se reuniu com representantes do setor de saúde, promovido pela Associação dos Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul. 

O auditório da Santa Casa ficou cheio para ouvir o candidato, que admitiu que a saúde não é sua praia: "Várias praias não são minhas. Mas eu acho que devemos, com humildade, buscar a prevenção”, disse. “A questão das UTIs neonatais. Tendo em vista os prematuros, se a mulher fizesse o devido tratamento dentário, a questão da cistite. Não é isso? Quase que acertei. Em muito evitaríamos o número de prematuros e em consequência gastaríamos menos com UTIs".

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.